Investigada morte de idoso à espera de leito de UTI
A promotora de Justiça Gisele Moretto encaminhou à Promotoria Criminal de Viamão, cuja titular é a promotora Karina Bussmann Cabeda, cópia da documentação sobre a morte de Davi Oliveira Gonçalves, 78, no Hospital de Viamão. Ele teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico e faleceu após ficar 16 dias na fila de espera de remoção.
No dia 1º de setembro, a equipe médica que o tratava entendeu que o paciente precisava ser transferido para uma UTI com indicação para neurocirurgia. Devido à demora na tranferência, no dia 13, Gisele Moretto foi procurada por familiares do idoso. No mesmo dia, a Promotora ingressou na Justiça com ação solicitando que o próprio hospital telefonasse para todas as instituições de saúde, públicas ou privadas, para a verificação de uma vaga. O despacho do juiz da 3ª Vara Cível de Viamão, Sandro Silva, acolheu o pedido do MP horas depois, quando a ordem foi entregue ao hospital.
Agora, a Promotoria Criminal deverá investigar se a direção do hospital descumpriu o despacho judicial e, além disso, se houve omissão no tratamento do paciente.
O caso integra investigação da Promotoria de Viamão para possível futura ação coletiva contra o Estado, Hospital de Viamão e Prefeitura da cidade para assegurar a efetiva disponibilização de leitos, seja públicos ou particulares.
Situação semelhante ocorreu com outra paciente de Viamão menos de uma semana antes da morte de Davi Gonçalves. Em 7 de setembro, a adolescente Luana de Mattos, 17, morreu no Hospital São Francisco, do Complexo Santa Casa, após esperar do dia 18 de agosto até 5 de setembro transferência também do Hospital de Viamão.