Perigo dos agrotóxicos é focado no documentário “O veneno está na mesa”
Aproximadamente 60 pessoas participaram da exibição do mais novo documentário do cineasta Silvio Tendler, “O veneno está na mesa”, ocorrida nesta segunda-feira, 12, no auditório do Palácio do Ministério Público, em Porto Alegre. O evento foi promovido pelos Centros de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, do Consumidor e do Meio Ambiente, pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-RS), pela Cáritas Regional e pelo Comitê Contra Agrotóxicos e Pela Vida.
O filme, lançado em julho deste ano, mostra os riscos do uso de agrotóxicos na agricultura e como esse modelo beneficia as grandes transnacionais em detrimento da saúde da população. No enredo do documentário, é mostrada a realidade de que o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano por habitante. Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas são proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública. O perigo é tanto para agricultores, que manipulam os venenos, quanto para quem os consome.
Conforme o organizador dos debates, o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos (CAODH), promotor Alceu Schoeller de Moraes, “o produto orgânico é melhor porque tem um maior valor nutricional e carrega consigo uma mensagem de valorização da vida saudável”. Moraes ressaltou uma das perguntas da plateia aos debatedores sobre como pode-se limpar os alimentos. “Não é possível limpar, porque os agrotóxicos invadem o sistema interno das plantas”, resume o Promotor de Justiça.
Também participou da discussão a promotora de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre, Míriam Balestro. Ela ponderou que “o direito à segurança alimentar é lei, mas sua garantia depende da atuação das mais diferentes instâncias da sociedade”. A Promotora observou que “os operadores de direito devem se apropriar de instrumentos internacionais para garantir o direito à alimentação adequada e, se todos os recursos em âmbito nacional forem esgotados na luta contra o emprego de agrotóxicos, deve-se recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos”.
O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Leonardo Melgarejo, e a engenheira agrônoma Maria José Guazelii, fundadora do Centro Ecológico de Ipê/RS, foram os painelistas do evento, preparatório para a V Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. O lançamento faz parte da motivação para a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida no Rio Grande do Sul.
Estiveram presentes representantes da Fepam, Núcleo de Ecojornalistas do RS, Centro Ecológico de Ipê, Assessoria do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos, Assessoria do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor, Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos, Fórum dos Direitos da Criança e Adolescentes, IDHESCA – Instituto de Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais, CMPA, NAT Brasil, TRF4, Horta Comunitária de Novo Hamburgo, ACR Embalagens de Novo Hamburgo, Fundação Luterana de Diaconia, Fundação para Educação ao Associativismo – FEA, Movimento de Mulheres Camponesas, Federação Riograndense da Terceira Idade – Fritid, Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, Consea/RS, Comissão de Direitos Humanos do Consea/RS, Agapan, Sinfrajupe, Pastoral da CNBB, Fórum Permanente em Defesa do Velho Chico, Escola de Saúde Pública de Secretaria Estadual de Saúde, Cáritas Regional, Feira de Agricultores Ecologistas, Iicra/ Ministério do Desenvolvimento Agrário, Comissão Pastoral da Terra, S. D. Assentamentos do Incra, Certid Certificadora Ltda, Ong INGA, FEAB, Levante Popular, Agronomia da UFRGSB, Nutrição do IPA, Engenharia de Alimentos da Colômbia, ELO Engenharia de Segurança do Trabalho, Grupo Gestão Socioambiental dos Correios, Ecocaxias de Caxias do Sul, Secretaria da Agricultura Pecuária e Agronegócios, Ufrgs, Comissão Pastoral da Terra, Força Sindical RS, Centro Estadual de Vigilância em Saúde e Divisão Vigilância Sanitária/Alimentos e Centro Ecológico de Torres.