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Crime do “colarinho branco” sofre novo revés com sequestro de fazenda

Crime do “colarinho branco” sofre novo revés com sequestro de fazenda

marco

As Promotorias de Justiça Especializada no Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária da Capital e de Cachoeirinha ofereceram denúncia e obtiveram a instauração de um processo-crime contra quatro pessoas pela sonegação de ICMS de mais de R$ 11,5 milhões. Buscando a recomposição dos prejuízos sofridos pelo erário, também foi postulado e obtido o sequestro de 21 bens imóveis – dentre os quais uma Fazenda com 1.187 hectares em Cachoeira do Sul e seis valorizadas áreas industriais na Região Metropolitana, além da indisponibilidade de quatro veículos automotores, ações e quotas-sociais.

Segundo o promotor de Justiça Aureo Gil Braga, o trabalho teve início com a quebra dos sigilos bancário e fiscal, buscando desarticular um esquema criminoso voltado à sonegação de ICMS por quatro administradores de uma distribuidora de solventes sediada em Cachoeirinha.

A prática ilícita consistia na venda de solventes sem notas fiscais à distribuidoras paulistas, através da simulação de operações a estabelecimentos falsos ou de fachada, e na existência de “caixas dois” e contabilidades paralelas.

Dentre estas aquisições mediante operações fraudulentas, foi detectada tanto a suposta compra de mais de um milhão de litros de solvente por uma revendedora paulista de balas e bombons, localizada numa pequena sala comercial, como, ainda, uma empresa de “fachada” que, em 625 oportunidades, supostamente, teria adquirido R$ 23,6 milhões em derivados do petróleo (hidrocarbonetos acíclicos, toluenos e xilenos – cuja mistura permite até a formulação e produção de gasolina).

O crime fiscal caracteriza o nefasto delito do “colarinho branco”, sendo definido pela Lei 8.137/90 e tem penas de dois a cinco anos de reclusão, cuja sanção penal pode ser aumentada pela coautoria, o grave dano à coletividade e da continuidade delitiva, explica o promotor Aureo Braga.

Os trabalhos contaram com a ação conjunta da Receita Estadual, tanto nos processos de auditoria e autuação fiscal como na análise das quebras de sigilos bancário e fiscal, bem como a articulação conjunta com a Promotoria de Justiça Criminal de Cachoeirinha, através da promotora Letícia Viterbo Ilges.



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