Assembleia é palco de debate sobre o enfrentamento ao crack
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário Estadual da Saúde, Ciro Simoni, foram os palestrantes, na manhã desta sexta-feira, 20, do painel “A política de saúde e o enfrentamento ao Crack”, promovido pela Assembleia Legislativa do Estado. O evento, que aconteceu no plenário da AL, é mais uma edição dos Grandes Debates, que faz parte do programa Destinos e Ações para o Rio Grande.
Ao fazer uso da palavra, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais e presidente do “Instituto Crack Nem Pensar”, Marcelo Lemos Dornelles, lembrou que o Instituto, que reúne sete entidades públicas e privadas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, é uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo desenvolver conhecimento, por meio de ensino, pesquisa e divulgação das informações, para o enfrentamento do consumo do crack e outras drogas. “Estamos, no momento, buscando a capacitação dos agentes que trabalham na área e lançando no meio universitário um concurso de monografias, com o objetivo de inserir a drogadição como matéria a ser estudada nas faculdades”.
Conforme Marcelo, o combate ao crack é apenas um símbolo de como a sociedade pode se unir para buscar soluções para grande problemas que afligem todas as comunidades, como o consumo de álcool e outras drogas. “Nosso objetivo, no fim, é dar esperança! Aos viciados, aos familiares, a todos que de uma forma ou outra são atingidos por este mal”, concluiu.
PALESTRAS
Primeiro painelista da manhã, o secretário da Saúde Ciro Simoni defendeu a construção de um pacto interfederativo para enfrentar um problema de tamanha complexidade e que incide em realidades de vida tão diversas, como é a questão da saúde e enfrentamento ao crack. "Nós vemos o Governo Federal como um aliado fundamental na construção efetiva das redes de saúde para promover o cuidado aos usuários de drogas", afirmou. Simoni destacou que o Governo do Estado tem se articulado para enfrentar o desafio do combate ao crack, conjugando esforços no planejamento e implementação de políticas públicas transversais pelas secretarias de Estado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o Ministério da Saúde está encarando "com alto grau de gravidade o problema não só do crack, mas também de outras drogas, como o álcool, que devem ser enfrentados com campanhas de prevenção e de fiscalização". Em seguida, detalhou as ações de atendimento já planejadas pelo Governo Federal. Entre as estratégias a serem adotadas está a qualificação dos agentes de saúde que fazem o primeiro atendimento em emergências e urgências de hospitais, a abordagem de rua a dependentes e a criação de Casas de Acolhimento Transitório para tratamentos mais prolongados. Também está prevista a criação de 2.700 vagas em hospitais para o atendimento de usuários de drogas e pessoas que sofrem de doenças mentais.
O Ministro frisou a importância da prevenção, citando como fundamental o engajamento da sociedade através de associações e ONGs que estimulem hábitos saudáveis e ofereçam oportunidades de inserção social às pessoas mais vulneráveis. Além disso, ressaltou o papel dos conselhos estaduais e municipais de Saúde na fiscalização das execuções dos recursos destinados pelo Governo Federal aos estados e municípios.
Participaram do evento o presidente da AL, deputado Adão Villaverde; o vice-governador do Estado, Beto Grill; o secretário de Segurança Aírton Michels; o secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta; a presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia, deputada Marisa Formolo; os promotores de Justiça Márcio Emílio Lemes Bressani, representante da Associação do Ministério Público, e Francesco Conti, coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos; além de deputados federais, estaduais, vereadores, representantes de secretarias municipais da Saúde e de entidades ligadas ao tema.