Apenados dependentes químicos terão tratamento em Porto Alegre
Dezoito leitos específicos para o tratamento de dependentes químicos foram inaugurados nesta segunda-feira, 21, no Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A iniciativa inédita no Brasil contou com a participação decisiva do Ministério Público para que pudesse ser efetivada. Durante a cerimônia, a promotora de Justiça de Execuções Criminais, Cynthia Feyh Jappur, foi homenageada pela Administração do hospital com o descerramento de uma placa, por ter sido a idealizadora do projeto.
No local, presos dependentes químicos, oriundos inicialmente do Presídio Central, farão tratamento de desintoxicação durante 21 dias. Após esse período, retornarão para a penitenciária, onde continuarão o processo de recuperação com acompanhamento médico. O objetivo é que em breve o trabalho também possa ser ampliado para o regime semiaberto.
Durante o ato, Cynthia Jappur visitou os primeiros pacientes que estão utilizando o espaço e disse que torce pela plena recuperação dos apenados. “São um exemplo, pois continuarão cumprindo suas penas, mas agora com direitos de saúde preservados”, frisou. A Promotora de Justiça destacou que em 2007 um inquérito civil foi instaurado para analisar a situação. Desde então tratativas foram mantidas com o Estado para a disponibilização dos leitos para tratamento de dependentes químicos. “Cada vez mais o problema da droga é o que determina a violência”, lembrou. Em sua manifestação, o diretor do Hospital Vila Nova, Dirceu Dal Molin, salientou que no local os apenados terão o mesmo tipo de atendimento dos demais pacientes. “Médicos, enfermeiros e demais profissionais de nossa instituição prestarão o serviço com a mesma dedicação”.
Com as novas unidades, a Susepe dispõe atualmente de um total de 50 leitos no Hospital Vila Nova. No local funcionam outros 32 para atendimento de média complexidade. A Susepe possui também um convênio com o Grupo Hospitalar Conceição, com três unidades para situações mais graves.