Roupas apreendidas em ações contra a pirataria auxiliam na inclusão social em Porto Alegre
Uma iniciativa do Ministério Público gaúcho, em parceria com a Polícia Civil e o Centro de Integração da Criança Especial Kinder, transforma materiais que seriam incinerados em inclusão social em Porto Alegre.
A partir do “Projeto Bem Legal”, mães de crianças com necessidades especiais descaracterizam roupas apreendidas em operações de combate à pirataria e as revendem por um preço acessível no brechó da entidade, que deve começar a vender os materiais nas próximas semanas. Camisetas, bermudas, calças, jaquetas e outros artigos de vestuário têm as marcas retiradas ou escondidas por meio de recortes de tecido.
Os recursos obtidos com a venda dos produtos servem para a manutenção do centro, que atende mais de 300 crianças no bairro Intercap. “Apesar de ficarem sem a marca, as roupas são de boa qualidade. Em nenhum lugar as pessoas vão encontrar esse tipo de material por um preço tão baixo. Além de me ocupar enquanto a minha filha é tratada, posso ajudar a manter a entidade”, comemora a dona de casa Zurá de Oliveira Soares, 44 anos, mãe de Tainan, 6.
Um grupo formado por dezenas de mães de crianças atendidas na Kinder auxilia na “confecção” das roupas. O diretor de Desenvolvimento Institucional da entidade, Fabiano Vian, enfatiza que “o projeto é magnífico, porque legitima o brechó e possibilita que ele seja melhor e forneça mais renda à instituição”.
O Promotor de Justiça assessor Fábio Costa Pereira destaca que a ideia “consegue transformar o que antes era ilícito em inclusão social”. O “Bem Legal” tem convênio com outras entidades. Elas recebem as roupas apreendidas e se comprometem a descaracterizar as marcas para depois utilizar os produtos. A iniciativa existe desde o ano passado.