Operação para desarticular rede que explorava a prostituição de travestis
O Ministério Público, por meio do trabalho do promotor de Justiça Adrio Rafael Paula Gelatti, coordenou na manhã desta quinta-feira, 3, uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que explorava a prostituição de travestis em Caxias do Sul.
Conforme as investigações, existiam dois grupos que disputavam o controle da atividade no Município. No ano passado, um deixou a cidade, permanecendo a organização que foi alvo da operação. A organização criminosa facilitava e agenciava a ida para Caxias do Sul de travestis em situação de vulnerabilidade social, acolhendo-os e alojando-os em apartamentos e casas, a maioria em regime de pensionato com cobrança de diárias, com o objetivo de explorar a prostituição dessas pessoas. A prática, segundo o Promotor, caracteriza tráfico interno de pessoas e violação de direitos humanos. A organização controlava, entre outros, os pontos de prostituição da Rua Dal Canale e Av. Júlio de Castilhos esquina Rua Humberto de Campos.
As investigações foram feitas de forma integrada pelo Ministério Público, Polícia Civil e Brigada Militar. A operação foi desencadeada a partir da expedição de mandados judiciais requeridos pelo Ministério Público e expedidos pela juíza da 5ª Vara Cível de Caxias do Sul, que autorizou o ingresso nos apartamentos e casas que serviam como locais de moradia ou pensionato para travestis; determinou a interdição desses locais e a remoção das pessoas lá encontradas, com o devido atendimento social, hospedagem emergencial e disponibilização de passagem de ônibus para retorno às cidades de origem; e expediu mandados de busca e apreensão de documentos e equipamentos que pudessem armazenar dados sobre a organização.
A interdição e remoção de pessoas ocorreu em três endereços, dois localizados no centro da cidade e um no bairro Fátima. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em um endereço no centro e outro no bairro Fátima.
A operação teve a participação da Polícia Civil, Brigada Militar, Fundação de Assistência Social e Secretaria Municipal de Urbanismo, além de oficiais de Justiça que cumpriram mandados judiciais. (Por Maiara Calgaro)