Instituições se mobilizam pela redução de vítimas do trânsito nas rodovias federais gaúchas
O Ministério Público está engajado, junto com outras instituições, pela redução de vítimas do trânsito. O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski, participou nesta terça-feira, 14, no Seminário de Apresentação do Programa de Redução de Mortos e Feridos nas Rodovias Federais (Promofe). O evento foi promovido pela 9ª Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio Grande do Sul e realizado no auditório do Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/Senat).
Ziomkowski defendeu, na abertura do encontro, que as principais medidas a serem adotadas devem ter como base a educação e a conscientização, mas também salientou que os infratores devem ser punidos. “Essa mortandade que presenciamos nas estradas, sem dúvida, é resultado de que algumas pessoas ainda não perceberam que o veículo, ao mesmo tempo que facilita a nossa vida, também é uma arma se usado com imprudência por maus condutores. Precisamos educar também aplicando penalidades, e buscar uma forma de mudar essa realidade”, ressaltou.
O superintendente regional da PRF no RS, José Altair Gomes Benites, propôs uma reflexão acerca da conduta da sociedade no trânsito. “Quando cai um Boeing, a população se mobiliza intensamente. No entanto, as mortes que temos no trânsito neste ano dariam para encher mais de 13 Boeings lotados, pois elas já passam de 1.500”, afirmou. Benites também agradeceu a parceria de instituições como o MP para discutir ações para melhorar as estatísticas de mortos e feridos.
Já o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS), Sérgio Filomena, considera fundamental a mobilização e a soma de esforços da sociedade para diminuir a acidentalidade nas vias federais. “Temos que ter fé e crer que com as nossas ações, teremos um trânsito seguro, onde a vida possa fluir. Quando pensamos juntos podemos fazer muito mais.”
Entre os objetivos do Promofe estão, além da integração dos órgãos de trânsito no combate à acidentalidade, priorizar ações preventivas, reduzir a taxa de mortos e feridos e aumentar a percepção de segurança nos usuários das rodovias federais.
DEBATE
O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais também participou do painel "A necessidade e formas de trabalho integrado quanto a gestão estatística, gestão operacional, fiscalização e questões legais relacionadas", mediado pela jornalista e apresentadora Maria do Carmo Bueno Garcia. Também foram debatedores o chefe da Seção de Policiamento e Fiscalização da PRF, Assis Fernando da Silva, o diretor técnico do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski, o comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar, Edar Borges, e o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e secretário municipal de Mobilidade Urbana, Vanderlei Luis Cappellari.
Ziomkowski relatou a atuação do Ministério Público em prol da redução das vítimas do trânsito. “A questão do trânsito está inserida em nosso plano estratégico. Como temos Promotorias de Justiça instaladas em todos os municípios, queremos colocar a nossa estrutura à disposição. O MP está engajado porque a sociedade clama por uma solução que traga novamente a paz no trânsito.” Ele enfatizou o interesse do MP em manter os encontros promovidos pela instituição, que estão sendo feitos há cerca de um semestre pelos órgãos de trânsito e demais organizações, e propôs a elaboração de um planejamento estratégico para nortear os trabalhos.
Nas considerações finais da rodada de discussões, foram sugeridas ações ao grupo de instituições presentes no evento, como a criação de um comitê gestor e a realização de encontros periódicos pelo organismo, a intensificação da fiscalização e da adoção de medidas visando a mudança de comportamento nas estradas, o estímulo à renovação da frota de veículos e a criação de legislação para reduzir a jornada de trabalho dos caminhoneiros. (Por Isabel Lermen)
