Peças oriundas da pirataria serão utilizadas em projeto social
Duas camisetas viram um vestido. Uma camisa gola pólo se transforma em uma bermuda. Esses são apenas dois exemplos do resultado do trabalho desenvolvido por integrantes do projeto Inventando Moda, uma iniciativa do Programa de Geração de Trabalho e Renda da Fundação Semear. A matéria-prima para realização desse serviço são peças de vestuário falsificadas, apreendidas durante operações do Comitê Interinstitucional de Combate à Pirataria, entidade que congrega uma série de instituições governamentais e não governamentais, entre eles o Ministério Público.
Nesta sexta-feira, 3, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski, que preside o Comitê Interinstitucional de Combate à Pirataria, participou de solenidade na sede do Centro de Vivência Redentora, em Novo Hamburgo, quando foram entregues 250 peças para o projeto, que serão descaracterizadas e, posteriormente, vendidas em um brechó na comunidade local ou destinadas a instituições beneficentes. A atividade faz parte da programação do Dia Nacional de Combate à Pirataria, celebrado nesta sexta-feira, e do Projeto Bem Legal, iniciativa do MP. Também participaram do evento representantes da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI). Durante a cerimônia também houve a queima simbólica das logomarcas falsificadas retiradas das peças.
O Inventado Moda foi criado em 2007, com o objetivo de gerar trabalho e renda para moradoras da Vila Dihl, onde está localizada a sede do Centro de Vivência Redentora. Quase todas são mães de crianças e adolescentes atendidos pela entidade. “O objetivo é proporcionar um aprendizado a essas pessoas sobre temas importantes como empreendedorismo e técnicas de reaproveitamento com descaracterização dos produtos”, enfatiza a coordenadora executiva da Fundação Semear, Helena Thomé.
Durante o encontro, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski, falou sobre as diversas ações realizadas para combater a pirataria ao longo de 2010. Uma delas, a Operação Corsário, realizado no mês de janeiro, recolheu, aproximadamente, 16 toneladas de produtos falsificados no Litoral Norte. “Lá estivemos surpreendendo os que causam desemprego, sonegação e obtém lucro ilícito”, relembrou. Ziomkowski também destacou a necessidade de uma maior conscientização da sociedade sobre os malefícios causados por essas práticas criminosas. “Algumas pessoas ainda têm uma visão falsa sobre a pirataria”, frisou. O Subprocurador aproveitou a oportunidade para mandar um recado àqueles que atuam na ilegalidade: “intensificaremos cada vez mais nossas ações. Os comerciantes que estiverem agindo ilicitamente serão alvo em breve de operações do MP em parceria com as forças policiais”.
No evento desta sexta-feira, o diretor de Relações Institucionais da ACI, Marco Kirsch, também citou diversas atividades desenvolvidas a partir da criação do Comitê Interinstitucional de Combate à Pirataria, como os projetos Bem Legal e Escolegal, o Gre-Nal Bem Legal realizado no bairro Restinga e a exposição A Face da Pirataria, entre outros. Em sua manifestação, a presidente da ACI, Fatima Daudt, disse que a atuação conjunta com o Ministério Público tem sido fundamental para o desenvolvimento das ações de combate à pirataria.