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MP propõe frente de combate a movimentos neonazistas

MP propõe frente de combate a movimentos neonazistas

marco
Atuação de grupos nazistas foi discutida nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa do Estado

Em um debate e um ato de repúdio realizados na Assembleia Legislativa nesta sexta-feira, 12, sobre os casos relacionados à atuação de grupos neonazistas no Rio Grande do Sul, o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos propôs a formação de uma frente para combater esses movimentos que pregam a segregação racial, a discriminação e a homofobia. “Uma frente imediata e urgente que aja de maneira enérgica, para eliminar esse grave problema e retirar da circulação da sociedade quem prega essa ideologia absurda”, disse Conti. Para ele, MP, Judiciário, Legislativo, Ordem dos Advogados do Brasil e demais entidades devem agir unidas para combater a propagação desses ideais.

No mais recente caso registrado no Rio Grande do Sul, a Polícia Civil localizou em Porto Alegre um espaço de encontro de integrantes de um grupo neonazista. No local havia material de divulgação de ideais racistas e de homofobia e vídeos. Em um desses materiais havia imagens do senador Paulo Paim, idealizador do Estatuto da Igualdade Racial, e da ex-ministra da Igualdade Racial, Nicéia Freire. Além disso, havia também manuais de 2010 que orientavam sobre a conduta a ser adotada pelos neonazistas. “Que esses atos de intolerância sirvam de estímulo para todos que lutam em prol dos direitos humanos. Porque esse tipo de atitude atinge a todos nós”, ressaltou Francesco Conti.

No encontro, o titular da 1ª Delegacia de Porto Alegre, Paulo César Jardim, relatou o histórico das investigações sobre esses grupos. Segundo ele, a Polícia Civil realiza esse tipo de apuração há 10 anos. Em 2005 ocorreu um dos crimes que mais chamou a atenção: enquanto eram comemorados os 60 anos do fim do holocausto, jovens neonazistas agrediram violentamente jovens judeus. “Temos que ter a consciência que não estamos lidando com qualquer bandido. Estamos lutando contra uma ideologia, uma ideologia de ódio”, relatou o Delegado. Somente no ano passado, foram desarticuladas cinco células de neonazistas, locais onde os grupos fazem debates e preparam o material. Foram apreendidos artefatos como bombas, armas e estiletes.

Conforme o delegado, aproximadamente 40 pessoas já foram indiciadas por envolvimento nesses casos. “A tipificação é formação de quadrilha, tentativa de homicídio, propagação do nazismo e corrupção de menores, porque invariavelmente há garotos de 16 ou 17 anos nesses grupos”, contou.

O senador Paulo Paim, que também participou dos debates, ressaltou o repúdio a esse tipo de prática, e afirmou que atitudes como essa reforçam o interesse em buscar, ainda mais, a defesa das pessoas que são vítimas do ódio. Ele também destacou a necessidade de fortalecer o combate a grupos que pregam a rejeição a raças e crenças.

Também participaram da atividade representantes de instituições e entidades. O encontro aconteceu no espaço Fórum Democrático, da Assembleia Legislativa.



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