Balanço da Operação Guajuviras é apresentado à Imprensa
Os resultados da Operação Guajuviras foram apresentados à Imprensa durante coletiva na sede do Ministério Público em Canoas, na tarde desta terça-feira, 9. A ação desencadeada a partir das 7h da manhã pelo MP e Brigada Militar, desarticulou uma rede de tráfico de entorpecentes que agia na Região Metropolitana de Porto Alegre. No total, foram presos 20 envolvidos no esquema criminoso, entre eles dois policiais militares, e apreendidas quatro mil pedras de crack, 30 aparelhos celulares, dois veículos, três armas e R$ 27 mil em dinheiro, além de uma quantidade considerável de maconha e cocaína. A coletiva contou com a participação do subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski; do promotor de Justiça Criminal de Canoas, Amilcar Macedo; do chefe do Setor de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), major Adriano Klafke; e do comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar, coronel Carlos Bondan.
De acordo com o promotor Amilcar Macedo, a investigação teve início há seis meses, em um trabalho conjunto da Promotoria de Justiça Criminal de Canoas, Núcleo de Inteligência do Ministério Público (Nimp) e Comando de Policiamento Metropolitano de Canoas, para detectar inicialmente o tráfico de drogas e o envolvimento de policiais militares com uma traficante no bairro Guajuviras em Canoas. Através de interceptações telefônicas e vídeos autorizados judicialmente - apresentados à Imprensa durante a coletiva-, Ministério Público e Brigada Militar monitoraram os passos dos criminosos, o que possibilitou chegar aos envolvidos na rede criminosa e resultou na deflagração da ação desta manhã. Em relação ao expressivo número de mulheres presas na operação, o promotor de Justiça Amilcar Macedo ressaltou durante a entrevista que todas eram ligadas a detentos que estão dentro dos presídios e que, por intermédio de telefones com tecnologia 3G, faziam o comando, inclusive determinando a compra de veículos para prática de crimes. “Essas mulheres assumiram de fato a gerência da atividade criminosa aqui na rua”, frisou.
Conforme explicou o major Adriano Klafke, chefe do Setor de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), o esquema criminoso envolvia a distribuição de drogas, vindas do Paraguai, em municípios gaúchos. Uma traficante detida hoje, mulher de outro criminoso atualmente cumprindo pena no Presídio Central, era a responsável por coordenar o recolhimento de dinheiro e encaminhar a droga para diferentes localidades, a partir de um bar localizado em frente ao Presídio Central. O crack comprado no Paraguai a R$ 5 o grama, era vendido no Brasil por até R$ 25. Em relação aos dois PMs presos hoje, o major Klafke revelou que eles mantinham uma relação promíscua com uma das presas e agiam contra traficantes concorrentes, a mando da mulher.
Em nome da Administração Superior da Instituição, o subprocurador Luiz Carlos Ziomkowski saudou o sucesso da operação e a profícua parceria entre Ministério Público e Brigada Militar. “Essa é mais uma ação que se soma ao trabalho desenvolvido de forma silenciosa e eficiente pelo Núcleo de Inteligência e pelo grupo de policiais civis cedidos ao Ministério Público, com atuação em prol das prioridades da Instituição, que já resultou em diversas outras operações em todo o Rio Grande do Sul”. Também presente à coletiva, o comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar, coronel Carlos Bondan, revelou que o envolvimento dos PMs foi confirmado já nas primeiras diligências. Ele explicou que os dois serão agora investigados pela Corregedoria-Geral da BM.
A operação desta terça-feira contou com a participação de 342 integrantes da Brigada Militar, 70 viaturas, dois helicópteros e oito cães farejadores.