MP pretende expandir projeto que erradica doenças em rebanhos
O promotor de Justiça da Comarca de Arroio do Meio, Paulo Estevam Costa Castro, foi convidado para gerenciar um projeto estratégico do Ministério Público que tem como objetivo controlar a tuberculose e brucelose de bovinos e bubalinos no Rio Grande do Sul. O convite foi feito pela procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, e prontamente aceito, em reunião realizada na manhã desta sexta-feira, 3, no estande do MP na Expointer, em Esteio.
Ao receber uma comitiva de representantes do Vale do Taquari, a Procuradora-Geral de Justiça falou da importância do trabalho de interação feito pela Promotoria de Arroio do Meio que, desde 2008, ajuda proprietários rurais dos municípios de Travesseiro, Capitão, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo, Pouso Novo, além de Arroio do Meio, a alcançar níveis internacionais de controle de sanidade animal. “O trabalho do promotor Paulo simboliza o compromisso do Ministério Público com a sociedade e pode ser multiplicado na Instituição”, ressaltou Simone.
O presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari e representante da reitoria da Univates, Oreno Ardêmio Heineck, entregou à Chefe do Ministério Público um resumo do projeto-piloto da microrregião da Comarca de Arroio do Meio do Plano de Saúde Animal da Pecuária Leiteira. “É fundamental que o trabalho do Promotor de Arroio do Meio seja levado para outras Comarcas, o que ganha tempo para o projeto”, disse Heineck ao entregar pedido para que o Promotor seja designado para tal trabalho. Por sua vez, Paulo Estevam Costa Castro comemora o trabalho que serve de exemplo para o País. “Em cidade do interior, muitos problemas da comunidade se resolvem na Promotoria. Com o empenho de todos os envolvidos, conseguimos livrar Arroio do Meio das doenças. Agora precisamos expandir isso para todo o Estado”, disse.
O PROJETO-PILOTO
Desde 2008, um inquérito civil investiga como ocorre a inspeção e testagem regular do rebanho bovino dos municípios de Travesseiro, Capitão, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo, Pouso Novo, além de Arroio do Meio. O trabalho usa a metodologia do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Como resultado, até o momento, 85% das mais de 34 mil cabeças de gado dos seis municípios da Comarca já passaram pelos primeiros testes. O índice de prevalência da doença atingiu 0,6%, abaixo dos 2% estimados. Em consequência dos bons resultados na sanidade do rebanho, o programa deve ser ampliado, gradativamente, para todo o Estado e País.
Com o certificado de propriedade livre de tuberculose e brucelose bovina, várias vantagens são alcançadas, tais como a livre participação do rebanho em eventos, fim da exigência de testes para trânsito interestadual, maior credibilidade para o comércio de leite e acesso ao mercado externo. Atualmente, O Brasil não exporta leite em pó para mercados de países desenvolvidos, como Europa e Estados Unidos, justamente em virtude de deficiências sanitárias. O mercado brasileiro exportador limita-se a países subdesenvolvidos e em desenvolvimento da África e Ásia.
Também participaram da reunião o chefe da Divisão de Brucelose e Tuberculose e coordenador do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Ricardo Lobo; o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária do Estado do RS - Fundesa, Rogério Kerber; a representante da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Ana Cláudia Gross; o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jorge Meana; o chefe do Departamento de Fomento da Cooperativa Languiru, Fernando Stapenhorst, entre outras autoridades.
