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Turismo, Cotidiano e Patrimônio Cultural são discutidos no Memorial do MP

Turismo, Cotidiano e Patrimônio Cultural são discutidos no Memorial do MP

celio
Promotores abordaram políticas públicas de preservação do patrimônio cultural

“A Alma do Lugar: Turismo, Cotidiano e Patrimônio Cultural” foi o tema deste ano do 4ª encontro “A tutela do patrimônio cultural brasileiro”, promovido nesta terça-feira, 17, no Memorial do Ministério Público, na data em que se comemora o Dia Nacional do Patrimônio Histórico.

Realizado pelo Memorial em parceria com a Promotoria de Justiça Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, com apoio da Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente – Abrampa, o evento foi aberto pela promotora de Justiça supervisora do Memorial do MP, Mauren Jardim Gomes, e contou com a participação do doutor da Universidade de São Paulo -USP, professor Eduardo Abdo Yázigi, que proferiu a palestra de abertura, abordando o tema "Patrimônio Ambiental: Corpo e Alma do Lugar".

Conforme o professor, “o patrimônio ambiental urbano se constitui basicamente de conjuntos arquitetônicos, espaços urbanísticos, equipamentos públicos, monumentos, adornos fixos e elementos naturais intra-urbanos, regulados por relações sociais, econômicas e culturais, onde o conflito deve ser o menor possível e a inclusão social uma exigência crescente”. Yázigi ressaltou, ainda, o caráter de “coisa viva” do patrimônio ambiental urbano. “A cidade pós-moderna promove renovações e revitalizações urbanas, podem ou não promover gentrificações (enobrecimento urbano). Mas são sempre uma ocasião privilegiada de ordenação urbana e social". De acordo com ele, as mudanças são inevitáveis. “Porém, todo processo de intervenção com vistas à patrimonialização ambiental deve ser precedido de estudos sociológicos”, explicou. E finalizou com a seguinte afirmação: “Assim como as reservas da biosfera são excelências para a vida, os territórios do patrimônio ambiental humanos são reservas de cidadania e civilidade”.

A segunda fala da manhã foi da Promotora de Justiça Ximena Cardozo Ferreira, que falou sobre "Políticas Públicas em Matéria de Patrimônio Cultural". “O Ministério Público assumiu a responsabilidade de ser um indutor de políticas públicas na área ambiental, da qual faz parte a proteção do patrimônio cultural”, destacou a Promotora, que traçou um panorama nacional com relação ao tema e, por fim, apresentou exemplos de atuação do MP no município de Taquara, onde ela atua. “Nossa meta é promover uma mudança cultural, que a comunidade adquira o sentimento de pertença, para que se possa aliar valores culturais com interesses comerciais”.

"Princípios Reitores de Tutela do Patrimônio Cultural" foi o tema da palestra da Promotora de Justiça do Meio Ambiente de Porto Alegre, Ana Maria Moreira Marchesan. “É importante que nós tenhamos a consciência de que não adianta preservar somente um elemento do patrimônio cultural. Nós temos que procurar investir na preservação das ambiências, dos espaços, resgatar todo o cenário”, afirmou Ana Maria, dando como exemplo a questão do Cais Mauá, que será revitalizado, com recuperação de alguns prédios históricos e a construção de prédios com até 100m de altura. “Isso tem que ser muito bem analisado e avaliado, porque aquele espaço é a cara de Porto Alegre. Não só para quem olha a cidade de dentro dela, mas de quem olha do rio. É uma paisagem única”, frisou.

À tarde, ocorreram painéis, sob a mediação da promotora de Justiça Annelise Steigleder, que acredita que o evento teve também um sentido de alerta, “não só valorizando e destacando a importância do patrimônio cultural em si, mas também suscitando uma discussão sobre as políticas públicas necessárias para a salvaguarda do nosso patrimônio, que vai envolver a realização de inventários, a discussão sobre o tombamento, e a própria atuação do MP no que se refere à preservação deste patrimônio”.

O engenheiro Breno Ribeiro abriu as palestras da tarde com o tema "Atual situação das áreas especiais de interesse cultural em Porto Alegre após as alterações do novo Plano Diretor"; o "Projeto Monumenta - Realidade e Perspectivas no Estado" foi abordado pela arquiteta Briane Bicca; o professor André Luiz Martinewski, secretário do Patrimônio Histórico da UFRGS, discorreu acerca da "Preservação do Patrimônio Cultural Edificado da UFRGS: Retrospectiva e Perspectivas"; e, por fim, a fala da arquiteta do IPHAE, Maria Beatriz Medeiros Kother, foi sobre “Políticas Públicas de Educação Patrimonial".



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