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Operação África apreende 65 caça-níqueis e prende duas pessoas

Operação África apreende 65 caça-níqueis e prende duas pessoas

brunomattos
Mandados foram cumpridos com apoio de policiais que integram o Núcleo Integrado de Investigações Criminais do MP (NIIC) e da Corregedoria da Polícia Civil

Uma investigação desenvolvida pelo Ministério Público gaúcho, por meio da Força-Tarefa de Combate aos Jogos Ilícitos, sobre casas ilegais de jogos e esquema de propina, resultou na apreensão de 65 máquinas caça-níqueis e na prisão de duas pessoas: um policial civil, preso preventivamente no dia 29 de junho, suspeito de receber propina de donos de estabelecimentos ilegais; e um homem, funcionário de um casa de jogos, preso em flagrante por tráfico de drogas em uma boate na Zona Norte da Capital na noite desta quarta-feira, 30. Com ele, foram encontradas 19 buchas de cocaína. Os mandados foram cumpridos com apoio dos policiais que integram o Núcleo Integrado de Investigações Criminais do Ministério Público (NIIC) e da Corregedoria da Polícia Civil.

A investigação teve início no final de maio, quando foi instaurado um procedimento investigatório criminal na Força-Tarefa de Combate aos Jogos Ilícitos. Conforme a promotora Sônia Eleni Corrêa Mensch, o objetivo inicial era apurar a existência da Associação dos Ex-Operadores e Funcionários de Máquinas de Diversões Eletrônicas do Rio Grande do Sul (AOMERGS). O local de encontro dos membros da entidade foi localizado no bairro Jardim Itu-Sabará. Com autorização judicial, foi cumprido mandado de busca e apreensão, que resultou no recolhimento de mais de 600 DVDs piratas, material para montagem de máquinas caça-níqueis, manual de instruções para o procedimento, além do estatuto da AOMERGS e de camisetas utilizadas na campanha pela legalização dos bingos. Foi também apreendido um notebook no interior de um veículo pertencente a um dos membros da entidade, conhecido contraventor e proprietário de casas ilegais de jogos.

A Promotora conta que “a Força-Tarefa recebeu informações de que na folha de pagamento deste homem havia muita gente grande. Foi assim que começamos a investigar a corrupção, que se confirmou”. As investigações levaram a dois estabelecimentos, na zona Norte da cidade onde era feita entrega da propina. Imagens que foram incluídas no procedimento investigatório criminal revelaram a entrega do dinheiro ao policial civil.

Segundo a investigação, um desses locais (na Rua Paquetá, bairro Jardim Floresta) era conhecido como “Central de Arrecadação”, e a suspeita é de que, mensalmente, neste ponto eram entregues R$ 5 mil. “O dinheiro era arrecadado por meio de uma espécie de consórcio de contraventores, em que proprietários de pequenas casas de jogos ilegais entregavam valores menores para totalizar o valor da propina”, explica a Promotora. No outro estabelecimento (na rua General Emílio Lúcio Esteves, Bairro Santa Maria Goretti), a suspeita é que eram pagos aproximadamente R$ 15 mil.

Ao cumprir mandados de busca e apreensão nestes dois pontos, foi localizada uma linha de montagem de caça-níqueis e, no outro, foram recolhidos aproximadamente 30 componentes destes equipamentos. Conforme a promotora Sônia Mensch, “eram os equipamentos de maior valor, o que revela que uma casa de jogos funcionava no local até muito pouco tempo, haja vista que estes são sempre os primeiros a serem transportados”.

Outros mandados foram cumpridos em estabelecimentos de fachada que também escondiam casas de jogos nas imediações da Avenida do Forte, além da boate localizada na Avenida Assis Brasil, onde, além de caça-níqueis, também foi preso um homem por tráfico de drogas.

O procedimento investigatório criminal será encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil, para que sejam apurados fatos imputados a outros policiais civis, além do que já foi preso, bem como à Promotoria de Justiça do Sarandi, que será responsável pelo encaminhamento da denúncia à Justiça.



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