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Palestras ressaltam a postura de profissionais na preservação do meio ambiente

Palestras ressaltam a postura de profissionais na preservação do meio ambiente

marco
1º tema foi abordado pela promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente da Capital

A implantação da silvicultura no Rio Grande do Sul e a postura que os profissionais da área jurídica devem ter na defesa do Meio Ambiente pautaram os trabalhos na manhã desta terça-feira, 8, no 2º dia da 1ª Semana Institucional do Meio Ambiente – Ética e Solidariedade, que está ocorrendo no auditório do Ministério Público.

O 1º tema foi abordado pela promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre. Ela detalhou todos os passos que o Ministério Público deu, a partir de 2005, quando quatro empresas planejaram plantar eucaliptos em larga escala no Rio Grande do Sul.

A partir daquele ano, o Ministério Público instaurou quatro inquéritos civis para analisar os critérios de licenciamento ambiental que a Fepam estaria adotando para os plantios. O Ministério Público encaminhou recomendação à Fepam para que se abstivesse de conceder licenças ambientais para a plantação de árvores em alta escala em áreas superiores a 100 hectares ou menores com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Conforme a Promotora, a Fepam concordou com a necessidade do EIA/RIMA para áreas superiores a 100 hectares.

No mês de abril de 2006, um termo de ajustamento de conduta foi firmado com as empresas, onde ficou definido que a Fepam seria o órgão licenciador competente e as áreas seriam usadas para o plantio por zoneamentos. Entretanto, de acordo com a Promotora, o zoneamento não agradou ao Governo, que acabou criando um grupo técnico para rediscutir o assunto. Em seguida, o Conselho Estadual do Meio Ambiente retirou as limitações e distâncias que o TAC havia determinado, o que fez com que o Ministério Público ingressasse com uma ação civil pública.

Em decisão liminar, o Judiciário concordou com os argumentos apresentados pelo Ministério Público de que o zoneamento prejudicaria o meio ambiente e o Bioma Pampa. Por fim, tanto os empreendedores quanto técnicos e governo concordaram com o zoneamento proposto na Resolução 227 do Consema, que poderá exigir a adequação de áreas existentes, antes do plantio ou renovação, com o intuito de preservar áreas especiais, como banhados, dunas e áreas de preservação permanente. Para Ana Maria Moreira Marchesan, o trabalho do Ministério Público na área da silvicultura contou com a colaboração de “profissionais abnegados” de diversas áreas que lutaram pela preservação do meio ambiente nesta questão.

PROFISSIONAIS

Em outra palestra, o juiz Roberto Maia Filho, que atuou durante 12 anos na comarca paulista de Cubatão, ressaltou a postura que os profissionais da área jurídica devem ter em prol da preservação do meio ambiente. Segundo ele, o progresso deve ocorrer de modo racional, planejado e sem esgotar os recursos naturais. Não tem sentido, por exemplo, uma liminar judicial barrar a construção, em área de preservação ambiental, de uma rodovia que é importante para uma comunidade que, ao mesmo tempo, sofre com a poluição e congestionamentos. “A economia e a ecologia pode conviver harmonicamente”, destacou. “As duas servem para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, poderou o magistrado.

Para Maia Filho, em questões que envolvem a preservação do meio ambiente, o juiz “deve ser imparcial, mas não inerte e omisso”, pois em decisões nesta área é que “depende a sobrevivência da humanidade”. O Juiz citou decisões do Supremo Tribunal Federal que valorizam “a supremacia do interesse público” toda vez que as questões envolvem a preservação do meio ambiente.

Em outra palestra, a desembargadora federal Consuelo Yoshida, do Tribunal Federal da 3ª Região, fez um relato de toda a legislação ambiental existente no país. De acordo com ela, a variação de leis, nos dias atuais, já foi incorporada pelos administradores. O período de palestras foi encerrado com a apresentação da esquete teatral de 10 minutos abordando o gerenciamento de resíduos sólidos, onde o Rei Zildo Sólido, interpretado pela atriz Patrícia Ragazzon, trava diálogo com um personagem, Cícero Neves, que joga lixo em todo lugar, sem qualquer tipo de segregação.



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