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Promotor remeterá investigações sobre Operação Natasha para o MPF

Promotor remeterá investigações sobre Operação Natasha para o MPF

grecelle
Detalhes foram revelados nesta tarde aos meios de comunicação que procuraram MP para obter esclarecimentos sobre o caso

O promotor de Justiça da Especializada Criminal de Porto Alegre, Frederico Schneider de Medeiros, vai remeter na próxima semana para o Ministério Público Federal as investigações referentes à “Operação Natasha”. “Por se tratar de crime previsto em Tratado Internacional a competência passa a ser federal”, explicou Medeiros aos jornalistas.

Durante os desdobramentos das investigações, que tiveram início em 2007, o MP cumpriu mandados de busca e apreensão em Soledade, no ano de 2009, para averiguar possíveis vantagens monetárias obtidas por duas pessoas do município para intermediar processos de adoção por casais estrangeiros. “Inicialmente acreditávamos se tratar de um crime contra a administração pública. Porém, com o avanço das investigações, passamos a formar opinião de que se tratava de tráfico internacional de crianças”, disse Frederico Medeiros.

De acordo com o Promotor de Justiça, as investigações do Ministério Público tiveram início após a remessa de documentos da Comarca de Soledade. Conforme Medeiros, algumas cartas enviadas por uma das investigadas para o casal suíço, que residia no município de Alicante, na Espanha, relatavam pedidos de dinheiro para que fosse facilitada a adoção de crianças. Posteriormente, a quebra do sigilo bancário de uma das investigadas em Soledade revelou remessas de valores do Exterior que, somados, chegam a R$ 70 mil.

Segundo apurado pelo Ministério Público, o casal suíço adotou três crianças de Soledade, duas delas no ano de 1989 e outra em 1992. Duas novas tentativas de adoção foram feitas, sem sucesso, no ano de 1994. Mais tarde, em 2001 e 2002, outras duas crianças chegaram a ser levadas para a Espanha, mas o casal suíço não manifestou interesse na adoção delas. “Ouvidas pelo MP, relataram que o contato com o casal suíço foi extremamente frio, sem nenhum tipo de interesse afetivo”, ressalta Frederico de Medeiros.

Em relação aos adotados nos anos de 1989 e 1992, as informações obtidas pelo Ministério Público são de que viviam em situação precária. “As condições eram desumanas, pessoas negligenciadas e virtualmente abandonadas. Há relato, inclusive, do envolvimento de uma delas com o uso de drogas”, salienta o Promotor. Durante a entrevista, Frederico de Medeiros destacou a contribuição fundamental da promotora Alexandra Carniel Antonio durante o andamento das investigações.



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