MP com apoio da Polícia Civil desarticula quadrilha de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
A Operação Portão, realizada pelo Ministério Público, com apoio do NIIC – Núcleo Integrado de Investigações Criminais – e da Delegacia Regional Metropolitana, foi deflagrada com o objetivo de desarticular quadrilha acusada de praticar tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no Vale dos Sinos. A ação aconteceu na manhã desta quinta-feira, 29, e envolveu Promotores e a equipe do NIIC. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e de prisão.
Duas pessoas foram detidas. Eli Fidélis Correa, preso preventivamente, apontado como um dos líderes do esquema, e José Roque Arenhart, vereador licenciado e secretário da Câmara de Vereadores de Portão, preso em flagrante por posse ilegal de arma. Na casa dele, os agentes encontraram um revólver calibre 32 com numeração raspada.
Segundo o promotor de Justiça Marcelo Tubino, a quadrilha era investigada desde 2008. Neste período, cinco pessoas foram presas por tráfico de drogas. Por meio de interceptações telefônicas e quebra de sigilo fiscal e bancário dos suspeitos, foi constatado o envolvimento de Eli Fidélis Correia, que legaliza os recursos oriundos da venda de crack e cocaína comprando imóveis e veículos. Ainda de acordo com Tubino, o valor dos bens por ele possuídos eram incompatíveis com a renda. O homem era proprietário de cinco casas somente em um condomínio de Portão. Ele possuía ainda dois veículos e há suspeita de que outros oito carros também tenham sido adquiridos por ele.
Conforme o delegado Eduardo Hartz, que lidera a equipe do NIIC e que comandou a operação, nos seis locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão foram recolhidos documentos que podem comprovar o crime de lavagem de dinheiro, além de computadores que serão investigados.
O Promotor de Portão investiga também se houve lavagem de dinheiro na arrematação de um imóvel da Fundação Hospitalar de Portão, no valor de R$ 660 mil. Conforme Marcelo Tubino, provas dão indícios de que um laranja foi contratado por José Roque Arenhart para a operação. Além disso, o Promotor relata que “o vereador utilizava de seu prestígio, atuando como consultor na compra de imóveis e auxiliando, quando possível, pessoas ligadas ao tráfico de drogas”. José Roque Arenhart negou envolvimento com o esquema.
Aproximadamente 40 policiais civis participaram da ação, entre membros do Núcleo Integrado de Investigações Criminais e da Delegacia Regional Metropolitana. Segundo o promotor de Justiça Marcelo Tubino, a atuação do NIIC (núcleo formado por policiais civis que atuam no MP) foi fundamental para a operacionalização do trabalho. “O Núcleo dá o instrumentos de investigação da criminalidade organizada, porque o crime organizado está também nas cidades menores, como é o caso de Portão”, destacou.