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Ministério Público pede interdição total da Casa Albergue Feminino

Ministério Público pede interdição total da Casa Albergue Feminino

grecelle
Se deferida, albergadas deverão ser transferidas até que local esteja adequado conforme Lei de Execuções Penais

Os Promotores de Justiça da Comissão de Execuções Criminais do MP ingressaram nesta quarta-feira, 7, com pedido de interdição total da Casa Albergue Feminino de Porto Alegre (CAF), com a imediata remoção de todas as albergadas da referida casa, para que a Susepe efetive reformas e consertos necessários para adequá-la a um estabelecimento de regime aberto e semiaberto, conforme determina a Lei de Execuções Prisionais. Nesta terça-feira, a Justiça já havia determinado a interdição do Anexo da CAF, localizado junto à Penitenciária Feminina Madre Pelletier, atendendo Excesso de Execução do Juizado da Fiscalização dos Presídios da Região Metropolitana de POA.

De acordo com a promotora de Justiça Sandra Goldman Ruwel, a Casa Albergue Feminino está interditada parcialmente desde 2006, não devendo ultrapassar o limite máximo de 82 albergadas. A última inspeção do Ministério Público, realizada em 30 de março deste ano, constatou que a CAF está superlotada e em péssimas condições de higiene e salubridade. “Internamente o prédio encontra-se em precárias condições de limpeza e conservação, em especial nos banheiros, da hidráulica e elétrica”, ressalta a Promotora. Segundo Sandra Goldman, as apenadas com recém-nascidos encontram-se numa sala pequena, sendo que uma delas dorme no chão. “Não há berços, os bebes dormem junto com as presas nas camas e no chão”, salienta.

A vistoria do MP apontou, ainda, que os alojamentos estão infestados de baratas, com albergadas sem trabalho recolhidas em local superlotado e sem as condições mínimas para o cumprimento de uma pena digna.

Em relação ao Anexo da CAF, interditado judicialmente na terça-feira, a promotora Sandra Goldman destaca que, em junho de 2009, um relatório de inspeção do MP constatou que a situação das albergadas era pior do que a das apenadas em regime fechado. Ambiente insalubre, falta de pátio e refeitório, apenas um chuveiro para as apenadas e rede elétrica insuficiente foram alguns dos graves problemas apontados pela vistoria na época. “A casa não foi feita para servir de presídio. O Anexo muito menos. Era um teatro que foi puxado e virou anexo para alojar albergadas do semiaberto e, portanto, sequer possui estrutura para alojar presas, muito menos para oferecer o mínimo de condições de sobrevivência digna”, alertou, no relatório, a promotora Sandra Goldman Ruwel.



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