Caso Becker: Promotora explica motivos que embasaram pedido da prisão de Bayard
“O Bayard Olle Fischer Santos acreditou na impunidade de seus atos. Porém, todos precisam compreender que o Ministério Público não vai permitir isso para ninguém”. A frase é da promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari, que nesta sexta-feira, 12, comentou a prisão preventiva do médico andrologista acusado de ser o mandante do assassinato do oftalmologista Marco Antonio Becker, ocorrido em dezembro de 2008. Bayard foi detido por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais nesta quinta-feira, 11, ao desembarcar de um voo proveniente de São Paulo, no aeroporto Salgado Filho.
A promotora Lúcia Callegari explica que o pedido de reconsideração do indeferimento de prisão preventiva foi embasado em vários fatos novos recebidos pelo Ministério Público. O mais importante deles foi um documento recebido da Delegacia de Polícia de Lajeado, informando que Bayard tinha três rotas de fuga para a Espanha, país no qual possui cidadania.
Além disso, escutas telefônicas revelaram que o andrologista estava fazendo transferência de bens de sua propriedade no Rio Grande do Sul. “De São Paulo recebemos a informação de que o médico estava clinicando naquela capital, montando uma estrutura com outros colegas”. Callegari também lembra que um dos réus desse processo foi morto no dia seguinte à distribuição do inquérito que apurou a morte de Becker. “Dias antes, ele havia ligado para um intermediador de Bayard e, na conversa, citou o nome do médico e do traficante Juraci Oliveira da Silva, o Jura, que teria agenciado o crime”.
Também foram decretadas as preventivas dos outros envolvidos na execução de Marco Antônio Becker que ainda não estavam presos. O traficante Juraci Oliveira da Silva, o “Jura”, que teria agenciado o crime, está foragido. Moisés Gugel, ex-assistente do médico e que seria o elo de ligação com “Jura”, foi detido na manhã desta sexta-feira, 12, em Roca Sales. Já estavam presos Michael Noroaldo Garcia Camara, o “Tocha”, e Anderson Roberto Farias Bones, o “Kiro”, que tripulavam a moto e executaram a vítima; Paulo Ricardo Machado, o “Ferramenta” e Paulo Roberto da Silva Caldeira, que auxiliaram no planejamento da execução de Becker.