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Esteio terá que melhorar estrutura para aplicação de medidas socioeducativas

Esteio terá que melhorar estrutura para aplicação de medidas socioeducativas

npianegonda
Prefeitura tem 90 dias para contratar equipe de profissionais responsável por acompanhar adolescentes infratores

A precariedade da estrutura para execução de medidas socioeducativas de meio aberto (sem privação de liberdade) em Esteio levou a Promotoria de Justiça local a ingressar com uma ação civil pública contra a Prefeitura. A iniciativa do Ministério Público resultou em sentença em que a Justiça determina que o Município forme uma equipe multidisciplinar para prestar assistência aos jovens. Deverão ser contratados, no mínimo, um assistente social, um profissional da área da saúde mental e um profissional da área da educação.

A ação civil pública foi resultado de um inquérito civil aberto pela Promotoria de Justiça de Esteio em maio de 2003, quando foi constatado que apenas uma assistente social fazia o acompanhamento da aplicação de medidas socioeducativas em meio aberto. O MP chegou a notificar a Prefeitura para que houvesse a contratação de outros profissionais.

Em 2006, um convênio foi firmado entre o Ministério Público, o Poder Judiciário do Rio Grande do Sul e a Prefeitura de Esteio, através do qual o Município se comprometia em criar um programa de medidas socioeducativas. Porém, não houve cumprimento do acordo.

“A municipalização das medidas socioeducativas foi implantada de forma muito precária, sem a presença dos profissionais necessários para atender os adolescentes”, afirma, na ação, o promotor André MacDonald, responsável pelo processo. “Diante disso, não resta outra alternativa ao Ministério Público senão lançar mão da via judicial para fazer com que o Município preste o devido atendimento aos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em meio aberto, possibilitando a sua ressocialização”, completa.

O prazo para a Prefeitura adequar as equipes é de 90 dias. O grupo terá que ter dedicação exclusiva aos adolescentes.

SITUAÇÃO EM ESTEIO

Aproximadamente 55 jovens cumprem medida socioeducativa em meio aberto no município de Esteio. A punição, determinada pela Justiça, pode ser de três formas: liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade ou reparação do dano. Nos três casos, os adolescentes devem ter acompanhamento de um psicólogo ou um psiquiatra, que monitora o comportamento do jovem; um educador, para verificar o desempenho e a frequência à escola; e um assistente social, que acompanha as atividades desempenhadas por ordem da Justiça, além de manter contato com a família do jovem. Caso o adolescente não cumpra a medida, o Juiz pode determinar pela internação em uma das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase).



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