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MP auxiliará na elaboração de regimento disciplinar para novos albergues penais do Estado

MP auxiliará na elaboração de regimento disciplinar para novos albergues penais do Estado

npianegonda
As normas mais rigorosas fixarão condutas para presos que tiverem direito à progressão de regime. Fiscalização sobre as unidades será intensificada

Com o objetivo de cooperar para a criação de um sistema diferenciado de administração de penitenciárias, por meio da imposição de mais rigor e disciplina aos presos, o Ministério Público do Rio Grande do Sul e o Tribunal de Justiça do Estado desenvolverão um novo regimento disciplinar. As normas serão aplicadas nos albergues de regime aberto e semiaberto que estão em fase de construção no Estado.

A parceria entre as instituições com o Executivo gaúcho foi firmada na sexta-feira, 15, em reunião realizada após vistoria no albergue que funcionará junto à Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas. A unidade irá abrigar 150 presos que já obtiveram direito à progressão de regime.

Para o coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Fabiano Dallazen, a parceria entre os poderes Executivo e Judiciário vai permitir um controle maior sobre o uso das novas estruturas. “Vamos fazer o acompanhamento dos processos de execução de pena e progressão de regime, para que haja bom aproveitamento dos albergues, impedindo que estas penitenciárias se transformem num novo caos”, afirmou o Promotor de Justiça.

O objetivo do regimento disciplinar é fixar regras para transferência e permanência de presos nos albergues. O detento que for cumprir pena numa destas unidades deverá saber que, no local, haverá rotinas e comportamentos padrões que deverão ser seguidos, sob pena de serem punidos.

Conforme a promotora de Justiça das Execuções Criminais de Porto Alegre, Cynthia Jappur, a criação de acomodações mais adequadas aos presos permite a exigência de uma contrapartida de melhor comportamento e mais disciplina. “Os presos criam normas próprias de conduta devido à falta de fiscalização do Estado, que decorre justamente da superlotação, que ocasiona a falta de controle”, ressaltou a Promotora. Segundo Cynthia Jappur, “com um maior número de vagas, fica mais fácil para os órgãos cumprirem seu papel de execução da pena e fiscalização das penitenciárias.”

NOVOS ALBERGUES

A estrutura do albergue é composta por dois alojamentos com capacidade para 75 detentos cada, além de banheiros, uma cozinha auxiliar com refeitório e uma área de revista dos presos. Oito unidades neste formato devem ser construídas no Rio Grande do Sul. A estimativa é que o custo dos albergues seja a metade de um estabelecimento convencional destinados aos regimes aberto e semiaberto, com o dobro de vagas. As unidades têm previsão de vida útil de 50 anos.

A Secretária Geral de Governo, Ana Pellini, destacou que a construção dos albergues foi uma solução emergencial adotada pelo Estado para amenizar o problema da superlotação nas penitenciárias. O projeto do governo é deslocar para estes locais 160 agentes penitenciários que serão capacitados pela Brigada Militar.

Também participaram da reunião o procurador de Justiça Paulo Fernando dos Santos Vidal; o promotor de Justiça das Execuções Criminais de Porto Alegre Gilmar Bortolotto; a Promotora-Corregedora Maria Lúcia Algarve; a promotora de Justiça de Torres Paula Ataide Athanasio e o promotor de Justiça Criminal de Osório Márcio Roberto Silva de Carvalho.



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