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Roberto Pereira recebe telefonema de José Dirceu antes de tomar posse no CNPG

Roberto Pereira recebe telefonema de José Dirceu antes de tomar posse no CNPG

marco

"Sem abdicar de seus compromissos constitucionais, a Instituição - que com tranqüilidade recebe críticas construtivas - repudia ações autoritárias, além de tentativas externas no sentido de agredir posicionamentos adotados em favor de nosso povo. O Ministério Público jamais compactuará com excessos e ilegalidades praticadas por agentes públicos, estejam integrando a Instituição, os Poderes constituídos ou qualquer dos segmentos do setor público". A declaração é do Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Roberto Bandeira Pereira, que, antes de ser empossado na Presidência do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, anunciou à Imprensa o recebimento de telefonema do Ministro-Chefe da Casa Civil, José Dirceu, que retirou a expressão usada inadequadamente em entrevista à Globonews.

Roberto Bandeira Pereira sucedeu no cargo o Procurador-Geral de Justiça da Bahia, Achiles de Jesus Siquara Filho. A solenidade, aconteceu no final da tarde desta sexta-feira, no auditório do Hotel Deville, em Porto Alegre. Além do Governador do Estado, Germano Rigotto, autoridades municipais, estaduais e nacionais prestigiaram a cerimônia onde também tomaram posse os demais integrantes da nova Diretoria do CNPG. O ato contou com as presenças dos Procuradores-Gerais de Justiça de todo o Brasil, do Presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), João de Deus Duarte Rocha (CE), do Presidente da Amprgs, Ivory Coelho Neto, da Presidente do Conselho Nacional dos Corregedores-Gerais do Ministério Público, Jacqueline Rosenfeld, dentre outros dirigentes. Na oportunidade, foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao ex-Procurador-Geral de Justiça gaúcho e também primeiro Presidente do CNPG, Mondercil Paulo de Moraes, recentemente falecido.

SEGMENTOS

Em seu discurso, o novo Presidente do CNPG disse que no Estado moderno, as instituições precisam comprovar, diariamente, suas utilidades sociais. E o Ministério Público, como não poderia deixar de ser, submete-se aos salutares controles, "por entender que as instituições que não se preocuparem com seus resultados sociais estarão fadadas ao desaparecimento". Dentro desta realidade, é necessário "unir esforços na discussão de formulação de novo pacto social, envolvendo todos os segmentos - públicos e privados - da sociedade". Lembrando pesquisa do Ipobe, Bandeira Pereira frisou que o Ministério Público está entre as instituições de maior credibilidade e "busca interlocução com todos os segmentos com o propósito de manter sua legitimidade social e atingir, com maior celeridade, sua maturidade institucional".

Roberto Pereira salientou que assumia o CNPG buscando manter e aumentar a credibilidade da Instituição junto à sociedade brasileira, "porque o Ministério Público não pertence a seus membros, mas à sociedade". Sem incorrer em omissões, sublinhou que "precisamos compreender todos os fenômenos sociais e nos fazer cada vez mais conhecidos e compreendidos por nossas ações, que, sem bravatas, devem ser fortes, equilibradas, socialmente adequadas e eficientes". Num país onde as desigualdades sociais se agigantam, Bandeira Pereira ressaltou que o Ministério Público "quer cumprir adequadamente o seu papel constitucional, implementando o crescimento estrutural a custo baixo, com planejamento estratégico".

INVESTIGAÇÃO

No momento que são discutidos os poderes investigatórios por parte da Instituição, o Presidente do CNPG acredita que a Suprema Corte "não afastará o Ministério Público da cena investigatória criminal". Ele entende que não há dispositivo constitucional ou legal que proíba o Ministério Público de investigar. Enfatizou que razoável interpretação da Constituição Federal permite que a Instituição desenvolva a atividade "quando busca alcançar parcela da criminalidade não atingida pelos mecanismos oficiais de controle e que tão graves males têm causado à nação". Subtrair a investigação do Ministério Público "significa omitir da soberania popular, em termos de aplicação da lei penal, a parcela correspondente à criminalidade que tem ficado à margem dos processos judiciais".

Roberto Pereira afirmou que não pode-se restringir o acesso à Justiça quando houver omissão por parte de qualquer agente público. Dentro de tal ótica, na salvaguarda dos direitos sociais, é que o Ministério Público "defende a possibilidade de, eletiva e excepcionalmente, sem excluir as polícias, proceder a investigação de caráter criminal". Argumentou, ainda, que os setores do Estado devem agir de forma inteligente, integrada, sem fronteiras. "Tal postura é imperativa ao serviço público e direito indisponível da sociedade, que tem o poder de exigir de nós, dentro de nossas humanas forças, resultados efetivos", concluiu.

GOVERNADOR

O Governador Germano Rigotto parabenizou Roberto Bandeira Pereira dizendo que os votos de seus colegas em todo o País "é o reconhecimento de seus muitos méritos". O Chefe do Executivo gaúcho também afirmou "que não serve ao interesse público quem pretenda tutelar o Ministério Público, amordaçá-lo ou suprimir-lhe atribuições". Acrescentou, ainda, que eventuais excessos "não são causa para inibir o desempenho de tarefas tão importantes para a sociedade". Germano Rigotto arrematou falando que "Ministério é serviço. Ministério Público é serviço público!".

(Jorn. Marco Aurélio Nunes)



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