Exposição do Projeto Alquimia

Dentro das comemorações do Dia Estadual do Ministério Público - 29 de junho -, a procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, fará a abertura da exposição Projeto Alquimia – Transformando Caça-Níqueis em Inclusão Social. O evento acontece na próxima segunda-feira, 29, às 13h30min, no foyer do auditório Mondercil Paulo de Moraes, na sede da Instituição. O material, produzido por internos da Comunidade Terapêutica Desafio Jovem Gideões, de Ivoti, ficará exposto no local até a sexta-feira, 3 de julho. O termo de convênio entre o Ministério Público e a entidade será formalizado na próxima quinta-feira, 2 de julho.

Lançado em julho de 2008, o Projeto Alquimia transforma componentes utilizados nas máquinas caça-níqueis apreendidas pela Força-Tarefa de Combate aos Jogos Ilícitos do Ministério Público, Polícia Civil e Brigada Militar em computadores – doados para escolas e instituições carentes -, artesanatos e móveis. A ideia surgiu da necessidade de se dar uma destinação útil ao grande número de máquinas apreendidas nas operações desencadeadas e que não agredisse o meio ambiente.

O PROJETO

Atualmente, 18 internos por uso de drogas participam do projeto Desafio Jovem Gideões, no município de Ivoti. Todos estão na última etapa de recuperação, que é, justamente, a fase de ressocialização dos integrantes. O artesanato produzido por eles é todo vendido para empresas e lojas conveniadas. Todo valor arrecadado é revertido para estruturar a instituição. Os computadores são repassados para projetos sociais e entidades que necessitam dos equipamentos. Para se ter uma ideia, a Unidade Extraclasse de São José do Hortêncio, que atende jovens carentes do município, é equipada em sua totalidade por máquinas provenientes do Projeto Alquimia. A Comunidade Terapêutica também utiliza os recursos arrecadados para desenvolver campanhas de prevenção ao uso de drogas, através de visitas às vilas do Município e de cultos evangélicos realizados.

A PRODUÇÃO

Toda a produção obedece o mesmo processo. O Ministério Público encaminha as máquinas (todas apreendidas em Porto Alegre) e os valores oriundos de transações penais firmadas nos Juizados Especiais Criminais com contraventores ao projeto Desafio Jovem Gideões. Lá, é providenciada, inicialmente, a destruição das ceduleiras (contadores de cédulas) e placas de jogos. Em seguida, as caça-níqueis são desmontadas e seu material (madeira, ferro e equipamentos de informática) separado. A partir daí, esses componentes são transformados em móveis, minimóveis (brinquedos para crianças), objetos de decoração e computadores.

EXPOSIÇÃO

Para o promotor de Justiça José Francisco Seabra Mendes Júnior, coordenador da Força-Tarefa de Combate aos Jogos Ilícitos, a exposição na sede do Ministério Público da visibilidade ao trabalho realizado pela entidade. O viés ambiental do projeto também é destacado por Seabra. “No início havia um problema de destinação das máquinas caça-níqueis, na medida em que elas contém alguns metais tóxicos e que, eventualmente, degradariam o meio ambiente se fossem disponibilizadas diretamente na natureza”. Conforme o Promotor de Justiça, a partir da utilização das máquinas para produção de manufaturados com a madeira e do recondicionamento para convertê-las em computadores, “o Ministério Público obtém uma tutela efetiva do meio ambiente e, ao mesmo tempo, consegue com as entidades parceiras realizar trabalhos de importante relevo social”.

APREENSÕES DE MÁQUINAS

De acordo com dados da Força-Tarefa de Combate aos Jogos Ilícitos, neste ano foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão de caça-níqueis pela Polícia Civil. Foram apreendidas 368 máquinas, que totalizam um valor recolhido de R$ 34 mil. No mesmo período, a Brigada Militar recolheu outras 410 caça-níqueis, totalizando R$ 29 mil recolhidos.