Traficante é condenado no júri
Como era previsto, o foragido da Justiça Paulo Ricardo Santos Silva, o “Paulão”, 48 anos, não compareceu, nesta sexta-feira, à sessão de julgamento marcada para a 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Mesmo ausente, o réu foi condenado à pena de 22 anos de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio triplamente qualificado. O promotor de Justiça Fabiano Dallazen representou o Ministério Público no plenário sustentando a denúncia contra o traficante procurado pela Polícia.
“Paulão”, que fugiu durante operação da Promotoria Especializada Criminal com a Brigada Militar na Vila Maria da Conceição, respondeu pelo assassinato de um usuário de drogas da Vila Maria da Conceição. O crime teve “motivo torpe, meio cruel e foi praticado mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima”. A sessão iniciou às 9h e encerrou às 20h. A vítima, abatida com 11 tiros, é José Antônio Rodrigues Braga. Ele foi surpreendido quando subia um beco da vila para comprar entorpecentes. O crime ocorreu em 26 de junho de 1998. A denúncia narra que o réu, por sentimento de vingança, e um comparsa – morto posteriormente ao fato na cidade de Venâncio Aires por ordem de “Paulão” – efetuaram vários disparos contra o usuário de drogas. Foi apurado, ainda, que o chefe do tráfico na vila tinha desavenças com a vítima e acreditava que ela havia furtado uma arma que lhe pertencia.
JULGAMENTOS
O homem acusado de chefiar o tráfico de entorpecentes na Vila Maria da Conceição, na Capital, tinha escapado de ser julgado em duas oportunidades. A última foi em julho do ano passado. Na véspera do júri popular, uma decisão do TJE adiou o julgamento e concedeu o benefício da prisão domiciliar. Motivo: a defesa do réu ingressou com um pedido de revogação de prisão preventiva, alegando que “Paulão” sofre de deficiência cardíaca e de dores na perna por causa de uma prótese.
“Paulão” deveria ter sido julgado pela primeira vez em 18 de dezembro de 2007, mas a sessão foi suspensa porque seu advogado adoeceu. Porém, acabou preso preventivamente na saída do plenário e recolhido à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. É acusado de ser o mandante da morte do presidiário Adão Jorge da Rosa Pacheco. “Adão Zoiudo” foi morto a golpes de estoques no corredor da enfermaria do Presídio Central de Porto Alegre. O traficante, que já cumpriu pena por homicídio e respondeu processos por tráfico de drogas, esteve em liberdade por determinação do STF, mas foi preso na 1ª Vara do Tribunal do Júri pelo crime ocorrido no Presídio Central.