Júri sai mesmo sem o réu
O tráfico de drogas é a causa de um crime de homicídio que será julgado nesta sexta-feira, 20, na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Porto Alegre, mas é provável que o réu não compareça à sessão porque está foragido. Trata-se de Paulo Ricardo Santos da Silva, o “Paulão”, 48 anos. O homem acusado de chefiar o tráfico de entorpecentes na Vila Maria da Conceição, na Capital, escapou de ser julgado em duas oportunidades. A última foi em julho do ano passado. Na véspera do júri popular, uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado adiou o julgamento e concedeu o benefício da prisão domiciliar. Motivo: a defesa do réu ingressou com um pedido de revogação de prisão preventiva, alegando que “Paulão” sofre de deficiência cardíaca e de dores na perna por causa de uma prótese.
“Paulão” deveria ter sido julgado pela primeira vez em 18 de dezembro de 2007, mas a sessão foi suspensa porque seu advogado adoeceu. Porém, acabou preso preventivamente na saída do plenário e recolhido à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. É acusado de ser o mandante da morte do presidiário Adão Jorge da Rosa Pacheco. “Adão Zoiudo” foi morto a golpes de estoques no corredor da enfermaria do Presídio Central de Porto Alegre. O traficante, que já cumpriu pena por homicídio e respondeu processos por tráfico de drogas, esteve em liberdade por determinação do STF, mas foi preso na 1ª Vara do Tribunal do Júri pelo crime ocorrido no Presídio Central.
Neste júri que acontece amanhã, “Paulão”, que fugiu durante uma operação conjunta da Promotoria Especializada Criminal com a Brigada Militar na Vila Maria da Conceição, responderá pelo assassinato de um usuário de drogas da Vila Maria da Conceição. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado. O crime teve “motivo torpe, meio cruel e foi praticado mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima”. A sessão está marcada para iniciar às 9h.
A vítima, abatida com 11 tiros, é José Antônio Rodrigues Braga. Ele foi surpreendido quando subia um beco da vila para comprar entorpecentes. O crime ocorreu em 26 de junho de 1998. A denúncia narra que o réu, por sentimento de vingança, e um comparsa – morto posteriormente ao fato na cidade de Venâncio Aires por ordem de “Paulão” – efetuaram vários disparos contra o usuário de drogas. Foi apurado, ainda, que o chefe do tráfico na vila tinha desavenças com a vítima e acreditava que ela havia furtado uma arma que lhe pertencia.