Um hospital na Restinga
Após cinco anos de reuniões e audiências públicas, os moradores da Restinga finalmente terão um hospital no bairro. Foi justamente para discutir este assunto que a promotora de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos Angela Salton Rotunno participou, na quinta-feira, 12, da audiência pública realizada no Salão Paroquial Nossa Senhora da Misericórdia, na Restinga. “O principal objetivo do Ministério Público é fiscalizar o cumprimento destas discussões, auxiliar nos esclarecimentos e garantir o acesso de transporte destas pessoas”, enfatizou a Promotora.
Segundo dados apresentados pela Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Letícia Garcia, a Restinga possui o terceiro pior índice de mortalidade infantil da cidade: 13,34 para cada mil crianças nascidas vivas. Outro dado mostra que o bairro alcança a terceira colocação nos casos de AIDS diagnosticados na capital e o segundo nos de tuberculose.
A moradora do bairro Lourdes Amélia Bonezi revela as dificuldades que enfrenta ao viajar cerca de 40 quilômetros para poder ter acesso a um hospital: “É ruim, né? Eu costumo fazer minhas consultas médicas no Hospital de Clínicas, mas demora muito, é longe”, desabafa. Hoje, os moradores do bairro dispõem de nove postos de saúde de Atenção Básica, um Pronto Atendimento, um Núcleo de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (NASCA) e uma equipe de saúde mental.
Além dos representantes de entidades do bairro, foram convidados órgãos da Prefeitura de Porto Alegre como o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), a Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV), Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e o Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB). A Câmara de Vereadores e a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa também foram convidados. (Por Bruno Felin)