Hospital de Teutônia é interditado
A falta de higiene em alas do Hospital Ouro Branco, em Teutônia, provocou a interdição parcial do estabelecimento. A decisão da Justiça atende liminar pleiteada em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público no mês de fevereiro. Foram interditadas as alas cirúrgica e de parto, berçário, dois ambulatórios e quatro quartos. Os internados nessas áreas foram transferidos para outros setores ou para outros hospitais da região do Vale do Taquari.
De acordo com o promotor de Justiça André Prediger, a decisão expõe um problema antigo. “Solicitações de melhoria nas alas já haviam sido requisitadas há cerca de um ano e quatro meses pela Vigilância Sanitária, porém, nada ou muito pouco foi feito pela direção do estabelecimento”. O agravante, segundo ele, foi o expressivo número de pessoas que denunciaram a situação ao Ministério Público, relatando casos que envolviam familiares e amigos internados e que tiveram complicações pós-cirúrgicas ou vieram a óbito.
A partir de agora, a Polícia Civil investigará se essas situações podem ter sido originadas por infecções hospitalares ocasionadas pela falta de higiene no hospital. O Ministério Público repassou à Polícia todo o material probatório colhido ao longo de aproximadamente cinco meses de investigação.
Dois relatórios elaborados pela Vigilância Sanitária, em outubro de 2007 e fevereiro de 2009, além do laudo de vistoria elaborado pelo Ministério Público, definem como péssimas e precárias as condições do Hospital Ouro Branco. “A sala de esterilização, por exemplo, apresenta mais de dez irregularidades. Os instrumentos de cirurgia correm o risco de sair já contaminados para a mesa cirúrgica”, revela o promotor André Prediger.
A multa estabelecida em caso de utilização das alas proibidas enquanto o hospital estiver interditado é de R$ 100 mil.
