Denunciada dupla que invadiu Corsan
O tio e a sobrinha que armados invadiram o prédio da Corsan para chegar ao presidente da estatal e que agora responderão processo em liberdade porque são réus primários, possuem residência fixa e ocupação lícita, foram denunciados três dias depois do fato pelo Ministério Público. Com base no auto de prisão em flagrante oriundo da 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Capital, o promotor de Justiça Ivan Melgaré denunciou o casal pelos crimes de exercício arbitrário das próprias razões e porte ilegal de armas. O primeiro delito está tipificado no artigo 345 do Código Penal: “fazer justiça com as próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite”.
A denúncia foi acolhida pelo juiz Honorio da Silva Neto, da 7ª Vara Criminal de Porto Alegre, que em seguida determinou a soltura do empreiteiro Marcelo Vargas, 27, e de Lucimara de Fátima Feles, 21, porque acatou também pedido do Ministério Público no sentido de conceder a liberdade provisória dos acusados, mediante o compromisso de comparecerem a todos os atos do processo.
Os denunciados mantiveram reféns o presidente da Corsan, Mário Freitas, e seus assessores. Tudo ocorreu na tarde do dia 9 deste mês, por mais de duas horas. Marcelo e Lucimara invadiram o prédio situado na rua Caldas Júnior 120, Centro, exigindo que a Corsan pagasse uma dívida de R$ 183 mil com a empreiteira. As negociações foram encaminhadas pela Brigada Militar, que cercou a área. Os reféns foram mantidos no gabinete da presidência durante todo o período. Algum tempo depois do pagamento do valor pretendido, por meio de transferência bancária, as pessoas foram soltas e a dupla se entregou.