Ministério Público investigará áudios
O Ministério Público instaurou, nesta segunda-feira, 16, um expediente para investigar se as gravações telefônicas apresentadas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) pelo ex-ouvidor geral de Segurança Pública do Estado, Adão Paiani, são as mesmas solicitadas por ele na última quinta-feira, 12, ao promotor de Justiça de Lajeado, Pedro Rui da Fontoura Porto. A revelação foi feita pelo subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Eduardo de Lima Veiga, durante coletiva à Imprensa nesta tarde. O promotor de Justiça Flávio Duarte, da Especializada Criminal, será o responsável pelas investigações.
Eduardo de Lima Veiga revelou aos jornalistas que recebeu, nesta segunda-feira, uma correspondência do promotor de Justiça de Lajeado Pedro Rui da Fontoura Porto, relatando que esteve em seu gabinete, no dia 12 de março, o ex-ouvidor Adão Paiani, que se apresentou como se ainda fosse integrante do Governo do Estado. De acordo com o Subprocurador-Geral de Justiça, dizendo-se emissário da governadora Yeda Crusius, ele solicitou, em função de uma investigação que estaria sob sua responsabilidade, os áudios de uma investigação conduzida pela 29ª Zona Eleitoral desde 8 de setembro de 2008, que tinha como alvo o então vereador Márcio Klaus, cassado posteriormente.
“Achando que ainda estava tratando com uma autoridade do Estado, o promotor Pedro Rui entregou ao ex-ouvidor Adão Paiani alguns áudios que nós acreditamos que sejam aqueles que ele afirma ter obtido mediante vazamento”, explicou Eduardo de Lima Veiga. O Subprocurador-Geral de Justiça ressaltou aos jornalistas que na correspondência o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto reconhece que foi induzido em erro ao liberar o material. “Adão Paiani se apresentou de forma maliciosa, pois ainda estava em veículo oficial, com cartão de ouvidor-geral do Estado, quando já não era mais”, disse Veiga.
O Subprocurador-Geral de Justiça revelou, ainda, que o Ministério Público remeteu ao Presidente da OAB-RS, Claudio Lamachia, um ofício solicitando a remessa das gravações que estão em poder da Ordem dos Advogados, “eis que essas gravações podem, em tese, ser objeto de crime”.