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Policiais de NH são denunciados

Policiais de NH são denunciados

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Entre os envolvidos estão dez oficiais da Brigada Militar. Ministério Público identificou formação de quadrilha para prática de crimes como furto, roubo e receptação

O Ministério Público denunciou à Justiça Militar de Porto Alegre 59 policiais militares, dentre eles dez oficiais, todos integrantes do 3º Batalhão de Policiamento Militar de Novo Hamburgo. O trabalho é decorrente da Operação “Duas Caras”, que investigou a prática de crimes por integrantes da própria Brigada Militar. De acordo com a promotora de Justiça Sônia Eleni Corrêa Mensch, que foi designada pela Corregedoria-Geral do Ministério Público para atuar no caso, as denúncias englobam crimes como formação de quadrilha, receptação, furto, roubo, prevaricação, peculato, posse de substâncias entorpecentes, violação de sigilo funcional, entre outros.

À Justiça de Novo Hamburgo foram denunciadas outras 11 pessoas, entre elas uma policial civil, acusadas de participação nas ações criminosas. A análise dos autos do Inquérito Policial Militar resultou, também, em dois pedidos de arquivamento e cinco declinações de competência, três para a Justiça Federal e duas para os Juizados Especiais Criminais de Novo Hamburgo e Sapiranga.

Somente em relação a uma das denúncias, o Ministério Público identificou a clara formação de quadrilha para prática dos mais diversos crimes. Cinco soldados do 3º BPM, em associação com outros cinco criminosos, foram responsáveis por roubos ao Posto de Combustíveis Lomba Grande, as Empresas Hamburgo Plast e Ceart, a uma residência na cidade de Dois Irmãos, além do furto do caixa eletrônico do Banrisul no bairro Lomba Grande. “Os denunciados cediam fardas, coletes e armas, além de desviarem as viaturas dos locais em que seriam cometidos os ilícitos”, explica a promotora Sônia Mensch. O local escolhido para o planejamento dos crimes e divisão do produto era a residência do policial militar José Luis Ramires da Rosa, já falecido, identificado como chefe da quadrilha.

Curiosamente, José Luis Ramires da Rosa foi morto por outro policial militar, também denunciado pelo Ministério Público. Ele foi assassinado pelo colega com golpes desferidos com uma barra de ferro. O acusado mantinha um relacionamento amoroso com a companheira de José Luis. Após a morte da vítima, o corpo foi colocado no porta-malas de um automóvel e abandonado na rua Pinheiro Machado, bairro Industrial. A motivação do homicídio seria a continuidade do recebimento de benefícios previdenciários decorrentes da morte de José Luis, além dos valores relativos a seguro de vida, que a companheira julgava ser beneficiária.

Como ilustração da atuação da quadrilha, vale citar o caso do arrombamento de um caixa eletrônico do Banrisul, no dia 30 de abril de 2007, no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. De acordo com o Ministério Público, um dos policiais militares denunciados, que se encontrava de serviço no quartel da Brigada Militar, facilitou e garantiu a execução do crime por outros três indivíduos. Na oportunidade, ele desviou a viatura da corporação do local, com o pretexto de atender duas supostas ocorrências, que não se confirmaram. “Além disso, mesmo estando muito próximo do local, vez que o quartel localiza-se em frente à agência, e tendo ouvido soar o alarme, nada fez para impedir a ação delituosa, somente acionando a viatura para que retornasse ao local às 2h, uma hora após a consumação do crime”, destaca Sônia Mensch.



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