Pedófilo preso em Panambi
Foi preso na manhã desta quinta-feira, 18, um homem de 72 anos acusado de abusar sexualmente de crianças e adolescentes em Panambi. Proprietário rural e assistente de comunicação de uma cooperativa, ele foi detido no local de trabalho por agentes da Polícia Civil e do Ministério Público. Ele está recolhido na Penitenciária Modulada de Ijuí. De acordo com informações do promotor de Justiça Marcos Rauber, durante aproximadamente sete anos o proprietário rural manteve relações sexuais com quatro meninas entre seis e 16 anos, filhas de um casal de pequenos produtores rurais do município.
Segundo Marcos Rauber, o Ministério Público tomou conhecimento da situação no início deste ano, quando o serviço Disque-Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, do Governo Federal, acusou o recebimento de relatos anônimos sobre as práticas criminosas envolvendo o proprietário rural. As investigações evidenciaram que, valendo-se das facilidades de sua função, ele aproximou-se da família e passou a abusar das meninas. O aliciamento da família ocorria mediante ajudas como pagamento de ranchos alimentícios, compra de brinquedos e oferecimento de emprego ao pai das vítimas. “Além de tirar fotos nuas delas, ele também organizou excursões para Porto Alegre, quando também aproveitava para abusar sexualmente de duas das quatro meninas”.
O Promotor de Justiça explica, ainda, que os pais das crianças, apesar de terem conhecimento dos fatos não serão denunciados. “Entendemos que, além de serem extremamente humildes, estavam sendo coagidos e aliciados economicamente pelo acusado". Os depoimentos das vítimas, colhidos na Promotoria de Justiça de Panambi, tiveram a presença de um Defensor Público nomeado curador das vítimas, de Conselheiros Tutelares e de uma Psicóloga do Serviço Sentinela da Prefeitura Municipal.
O proprietário rural responderá pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor, previstos nos artigos 213 e 214 do Código Penal, e, ainda, por produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente, artigo 240 do ECA.
O promotor Marcos Rauber faz um apelo para que outras pessoas que tenham conhecimento de novos fatos envolvendo o denunciado compareçam ao Ministério Público para prestar depoimento. “Existem indícios de que esse acusado praticou os mesmos crimes contra outras vítimas”, explica.