Júri de pai acusado por morte do filho
Um crime repugnante, ocorrido em 2 de fevereiro de 2006, em Porto Alegre, será julgado novamente nesta sexta-feira, 28, na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. André Aguiar Cardoso, 27 anos, responderá pela morte do filho Lucas Andrei de Souza Cardoso, de apenas dois anos de idade, vítima de violenta surra. Sua mulher, Cristiane de Souza Cardoso, 29, sentou no banco dos réus no ano que passou e foi condenada a 18 anos e meio de reclusão no júri popular.
O casal foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado. No plenário, a promotora de Justiça Dirce Soler sustentará que o delito foi cometido por motivo fútil – os pais não tinham paciência com a criança, por ela ser agitada – e por meio cruel, porque o espancamento causou intenso sofrimento físico e mental.
A denúncia narra que a mãe concorreu para o crime desferindo violenta surra no menino, vítima de socos e pontapés. O auto de necropsia aponta “hemorragia interna consecutiva a ruptura do fígado”. O pai, que tinha o dever legal de evitar que a mulher surrasse o filho, omitiu-se e nem procurou levar a criança para um hospital, mesmo vendo que ela estava muito mal. O Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) apurou que Lucas Andrei vinha sendo agredido e castigado, desnecessariamente, pelos pais.