Caso Kraemer: réus condenados
Quando a juíza Márcia Regina Frigeri proferiu a sentença condenando os réus Gisele Cristiane Fell e Lucio Mauro Borba, pela morte de Carlos Henrique Kraemer, chegou ao fim um longo processo de 15 anos sobre o rumoroso assassinato cometido no município de Portão, no 19 de outubro de 1993. Lúcio Borba foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado e Gisele Fell recebeu a pena de oito anos e quatro meses de prisão, também em regime fechado. O crime ficou conhecido na região do Vale dos Sinos como o caso Kraemer. O promotor de Justiça Marcelo Tubino Vieira atuou no júri.
Na época dos fatos, os réus foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado. Desde então, o processo judicial se arrastou, sendo interpostos inúmeros recursos da defesa. “Em 2001 os denunciados deveriam ter sido levados a julgamento popular, porém houve a concessão de habeas corpus, protelando-se mais uma vez o plenário”, explica Marcelo Tubino.
Em 2005, finalmente os réus foram submetidos ao júri popular. Na ocasião, foram condenados por homicídio simples. Tanto Ministério Público quanto defesa recorreram da decisão. O Ministério Público para garantir, em caso de anulação, a manutenção das qualificadoras. “Para nossa surpresa, o júri foi anulado por julgamento manifestamente contrário à prova dos autos, entendendo o TJ que não haveria prova mínima para condenar”. Além disso, segundo o Promotor de Justiça, houve o prosseguimento da acusação apenas pelo homicídio simples. Tubino diz esperar que, “desta vez, finalmente seja respeitada a soberania popular”.
O CRIME
A morte de Carlos Henrique Kraemer, amigo de Borba, foi um dos crimes mais rumorosos do Vale do Sinos nos anos 90. O corpo do estudante, morto a tiros, foi encontrado às margens da rodovia Portão—Montenegro (RS-240), em Portão. Na época, Borba e Gisele namoravam, e, conforme o Ministério Público, a motivação do homicídio estaria relacionada ao fato de Borba ter sido traído por Gisele com Kraemer.
