Diógenes: último réu é condenado
Após 13 horas de julgamento, o ex-agente penitenciário Enio Dutra Martins foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por envolvimento na morte do músico Diógenes Gomes de Lima, 31 anos, ocorrida em 21 de março de 1992. A sessão ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Porto Alegre.
No plenário, o promotor de Justiça Luís Antônio Portela sustentou a denúncia do Ministério Público: Martins estimulou dois detentos a abusarem sexualmente de Diógenes, preso por suspeita de estupro. Ele acabou se enforcando na prisão. O Promotor entrará com recurso para ampliar a pena aplicada.
Martins era o último dos réus envolvido no crime que ficou conhecido como o “Caso Diógenes”. Ele havia sido julgado e condenado, em 1998, pela morte do músico nativista. Porém, o julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado. Martins, que era responsável pela triagem do Presídio Central, respondia pelos delitos de atentado violento ao pudor e induzimento ao suicídio.
Diógenes foi encontrado enforcado no Instituto Psiquiátrico Forense. O músico foi capturado por populares na Volta do Gasômetro, na Capital, por suspeita de ter estuprado uma menina de seis anos. No Central, foi violentado sexualmente e espancado por detentos, com permissão de um grupo de agentes, que teria incitado as agressões. Em surto psicótico, foi transferido para o IPF, onde cometeu suicídio usando a própria cueca. A investigação do estupro da menina não teve prosseguimento em razão da morte do acusado.