Caso Diógenes: último júri
O último dos réus envolvido no crime que ficou conhecido como o “Caso Diógenes”, será levado à júri na manhã desta terça-feira, 4. O agente penitenciário Enio Dutra Martins, já julgado e condenado, em 1998, pela morte do músico nativista Diógenes Gomes de Lima, 31 anos, sentará novamente no banco dos réus. O julgamento anterior foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado. O júri popular ocorre a partir das 9h, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Martins, que era responsável pela triagem do Presídio Central, responderá pelos delitos de atentado violento ao pudor e induzimento ao suicídio. O promotor de Justiça Luís Antônio Portela representará o Ministério Público no plenário sustentando a denúncia.
Diógenes foi encontrado enforcado no Instituto Psiquiátrico Forense, em 21 de março de 1992. O músico foi capturado cinco dias antes por populares na Volta do Gasômetro, em Porto Alegre, por suspeita de ter estuprado uma menina de seis anos. No Central, foi violentado sexualmente e espancado por detentos, com permissão de um grupo de agentes, que teria incitado as agressões. Em surto psicótico, foi transferido para o IPF, onde cometeu suicídio usando a própria cueca. A investigação do estupro da menina não teve prosseguimento em razão da morte do acusado. O julgamento será presidido pela juíza Elaine Maria Canto da Fonseca.
No dia 16 do mês passado, a 1ª Vara do Júri condenou o ex-agente penitenciário Jorge Rosa Macalão por envolvimento na morte do músico. Após 15 horas de julgamento, foi sentenciado à pena de 23 anos e seis meses de prisão. Enio Martins, que deveria ter sido julgado na mesma data, teve o júri popular adiado para este mês porque seu advogado foi hospitalizado e ficou impossibilitado de comparecer.