Irregularidade urbana é investigada
Os moradores do bairro Lucas Araújo se mobilizaram para defender a preservação das características urbanas originais da área compreendida pelas ruas Daltro Filho e Scarpelini Ghezzi. O Plano Diretor do Município define as duas vias como eixos para urbanização, o que autoriza a construção de prédios e estabelecimentos comerciais no local.
A comunidade preocupada com as eventuais mudanças e a possível perda do patrimônio urbano e ambiental, por meio de sua Associação de Moradores, recorreu ao Ministério Público.
O inquérito, que foi instaurado pelo promotor Gílson Medeiros, determina que, em 10 dias, o Executivo e o Legislativo do Município esclareçam acerca da eventual aprovação dos projetos urbanísticos e também sobre as possíveis audiências públicas realizadas que tenham debatido especificamente a situação do bairro Lucas Araújo, além de prestarem outras informações sobre o caso. Dia 13 de novembro o promotor Medeiros irá visitar a área investigada realizando averiguações.
A preservação da área é de interesse de toda comunidade de Passo Fundo, mas ficará inviabilizada se as ruas continuarem sendo consideradas como eixos indutores. Os representantes da Associação de Moradores do bairro afirmam que “tal classificação implica em ofensa à interesses urbanísticos e ambientais”. Segundo os reclamantes, “causa estranheza, ainda, ter sido fixado eixo indutor à rua Daltro Filho, contornando bosque nativo, tendo continuidade na rua Guilherme Kurtz, isto é, tal eixo indutor, ao longo do tempo, implicará inexoravelmente em irregularidades relativas à fauna e flora”.
Há mais de 50 anos o bairro Lucas Araújo, conhecido como Bosque, está estabelecido como área de residência unifamiliar e consolidado como bairro residencial, constituindo uma expressiva área verde preservada, considerando-se a densidade demográfica e a proximidade ao centro da cidade. (Por Amanda Schneider de Arruda)