Presos em ação serão denunciados
Até a próxima segunda-feira, o promotor de Justiça Ricardo Herbstrith, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, pretende denunciar as 17 pessoas presas durante a Operação Hereford, realizada na nesta terça-feira, 16. Os presos, que ludibriavam produtores rurais de todo o Brasil, prometendo a venda de diversas mercadorias, devem responder por estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O Ministério Público está trabalhando com agilidade para que a denúncia seja feita e os envolvidos permaneçam na prisão.
Durante a Operação Hereford foram cumpridos 17 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, nas cidades de Canoas, Cachoeirinha, Imbé, Santana do Livramento, Bagé, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Santo Antônio da Patrulha, Ibirubá e Panambi. Um dos controladores do esquema foi preso no bairro Estância Velha, em Canoas. Em sua casa foram encontrados documentos que comprovariam diversas transações, tais como fotos de tratores e de silos que eram comercializados. Além disso, o Ministério Público encontrou cópias de reportagens que mostravam os golpes praticados pela quadrilha. Cópia recolhida de contrato para uso de salas na Federação das Indústrias – Fiergs, mostra que as vítimas enganadas chegaram a ser atendidas naquele local.
Os criminosos lesaram produtores rurais gaúchos e de outros Estados há pelo menos 10 anos. Com as transações, eles teriam lucrado cerca de R$ 10 milhões. Como exemplo da atuação da quadrilha, o Ministério Público destaca que, na venda de silos, funcionários de fazendas eram contratos para mostrar o depósito de grãos quando os interessados chegavam ao local. Em seguida, outros cúmplices se passavam por possíveis concorrentes, o que impressionava os compradores. No final, para não perder o negócio, as vítimas adiantavam partes ou o total do dinheiro.
Ao fazer um balanço da Operação Hereford, Ricardo Herbstrith destaca que o Ministério Público tirou de circulação no meio do agronegócio “pessoas nocivas” e alertou para que “os negócios sejam feitos com mais cautela”.