"Compadrio": MP prepara denúncias
Todos que foram alvo de investigação na “Operação Compadrio” serão denunciados, na próxima semana, pelo Ministério Público. Os crimes apurados foram de tráfico, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e exploração da prostituição. A ação desencadeada pela Força-Tarefa no noroeste do Estado e organizada pela Especializada Criminal da Capital, resultou na prisão de oito acusados. Outros quatro já se encontravam trancafiados em cadeias do Interior e dois implicados não foram localizados.
A operação que desarticulou uma quadrilha de traficantes foi considera exitosa pelo promotor de Justiça Frederico Schneider de Medeiros, que coordenou o trabalho. “Os que conseguiram escapar não eram líderes. O importante é que os principais responsáveis na pirâmide da organização foram detidos”, frisou. Durante o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão foram encontrados dois quilos de pasta base de cocaína, um tijolo de crack, uma balança de precisão e materiais para processar a droga, como ácido bórico e acetona.
A droga foi achada em um sítio localizado na zona rural de Frederico Westphalen. O zelador da propriedade fugiu apenas de cueca, mas já foi identificado pela Força-Tarefa. Sua prisão preventiva será pedida à Justiça, adiantou Medeiros, acrescentando que os presos foram encaminhados para o presídio de Três Passos. Em um prostíbulo situado à margem da BR 386, em Sarandi, os agentes também encontraram sacos plásticos com resíduos de pó branco. A substância será levada para análise pericial.
Frederico Medeiros também citou os trabalhos do promotor Daniel Bruno, de Três Passos, do Delegado de Polícia de Júlio de Castilhos, que interceptou mais de um quilo e meio de cocaína com dois homens no início da investigação, e o imprescindível apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Brigada Militar na ação simultânea que contou com mais de 40 agentes para cumprir mandados em Cruz Alta, Sarandi e Frederico Westphalen.
A base da operação foi a cidade de Palmeira das Missões. O apenado Roberto Carlos Kopeski, recolhido em Ijuí, é um dos líderes da quadrilha. De posse de um celular, comandava o tráfico de dentro da cadeia. Ele tinha vários contatos, principalmente com os proprietários do bordel, em Sarandi. A cocaína era proveniente do Acre, Rondônia e cidades do Oeste do Paraná.
A operação foi batizada de “Compadrio” pela relação de proximidade de um ex-administrador do presídio de Três Passos e agentes penitenciários com os detentos. A quadrilha começou a ser monitorada após a descoberta de desmandos, privilégios e desvios de gêneros alimentícios da casa prisional, que acabou acarretando no afastamento do então diretor. Na investigação o Ministério Público contou com o apoio da Corregedoria da Susepe.