No júri, homem que incendiou casa
Um dos últimos julgamentos populares em Porto Alegre antes da entrada em vigor da Lei 11.689/08 – que alterou o procedimento do Tribunal do Júri – é de um crime com motivação passional. No banco dos réus estará sentado Admir Tonetto do Amaral, 44 anos, que tentou matar a esposa Cenara Linhares Cantes, 43, e a enteada Luciane Linhares Martelli, 18, ateando fogo na residência em que moravam. A sessão está marcada para começar às 9h desta sexta-feira, 8, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari representará o Ministério Público no plenário.
A tentativa de homicídio triplamente qualificada – meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa das vítimas – ocorreu no início da madrugada de 20 de outubro de 2005, na rua do Mato 29/1, vila São Miguel, no bairro Partenon. O Ministério Público sustentará o libelo acusatório.
Na ocasião, o denunciado, marido de Cenara e padrasto de Luciane, trancou as duas em uma das peças da casa e ateou fogo. Ambas foram salvas a tempo porque a mulher atinou acionar o celular e ligar para os bombeiros. Elas foram conduzidas ao Hospital de Pronto Socorro, mas tiveram graves lesões. A residência foi parcialmente consumida pelo fogo.
Foi apurado que Admir Amaral, que se encontra recolhido na Penitenciária Estadual de Charqueadas, estava inconformado com o término da relação conjugal. E o fato aconteceu na véspera de uma audiência de separação de corpos que o casal teria no Fórum Regional do Partenon. A mulher queixava-se de freqüentes agressões.
Admir, que é alcoólatra e tem antecedentes por furto e condenações por dois homicídios em Santa Maria, estava em livramento condicional quando cometeu o crime. Ele se defende dizendo que tentou queimar alguns papéis em um cesto de lixo. Mas quando a casa pegou fogo ele não se encontrava.