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Responsabilização indigna o MP

Responsabilização indigna o MP

marco
Chefe do Ministério Público do Rio Grande do Sul fala em coletiva à Imprensa sobre responsabilização de Gilmar Bortolotto pela CPI do Sistema Carcerário

“A responsabilização de Gilmar Bortolotto pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Sistema Carcerário causa profunda indignação, tendo em vista que o Promotor é referência nacional pela atividade que desenvolve dentro dos presídios gaúchos”. A declaração é do procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul Mauro Henrique Renner que, no início da noite desta terça-feira, concedeu entrevista coletiva à Imprensa. Conforme o texto da CPI, o membro da Instituição seria um dos responsáveis por expor a vida e a saúde dos detentos que cumprem pena no Presídio Central de Porto Alegre, apontado como o pior do Brasil.

Mauro Renner ressaltou a “forma simplista” como os membros da CPI “catalogaram pessoas que exerciam suas atividades nos presídios”. Afirmou, ainda, que “a solução não se encontra através desses golpes demagógicos e de cenas políticas exibidas pela Imprensa”. Essas lacunas políticas e de gestão governamental não são superadas “através de medidas irresponsáveis como a responsabilização do Promotor de Justiça”, disse Renner, que pretende levar a inconformidade do Ministério Público gaúcho à Presidência da Câmara dos Deputados.

O Chefe do Ministério Público lembrou ações propostas pela Promotoria de Justiça de Controle e de Execução Criminal para sanar precariedades e, inclusive, evitar motins no Estado. Uma ação civil pública ajuizada contra o Estado, observou, requereu mais vagas no sistema penitenciário. Por isso, destacou que “estamos diante de uma decisão sem aprofundamento das investigações e que provoca muita indignação”.

O presidente da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Miguel Bandeira Pereira, repudiou a responsabilização de Gilmar Bortolotto por entender que “não faz justiça à pessoa, dignidade e atividade que Bortolotto e outros colegas desenvolvem em prol do sistema carcerário do Estado”. Ele lamentou que a CPI tenha concluído por essa responsabilização “sem indicar um fato sequer contra Bortolotto”. A entidade de classe também se colocou à disposição do Promotor para medidas judiciais cabíveis.

Bortolotto, que ao lado do Procurador-Geral de Justiça acompanhou a coletiva, frisou que ficou surpreso com a decisão da CPI, porque acompanhou os deputados nas visitas feitas ao Central e na Penitenciária Feminina, “até para garantir que tivessem acesso a todos os lugares”. Ele também lembrou o elogio que recebeu dos membros da CPI, de que não viram em lugar nenhum do Brasil presos conhecendo nominalmente o Promotor. O fato está registrado em ata da audiência pública da CPI ocorrida na Assembléia Legislativa do Estado. Porém, embora lastimando a decisão, deixou claro que “não colocarei meu nome acima da atividade”.



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