Interditadas celas do Central
Desde esta quinta-feira, 3, as celas de triagem do Presídio Central estão interditadas, atendendo requerimento do Ministério Público. Uma inspeção verificou que os espaços utilizados pelos apenados que se incompatibilizam com a massa carcerária e solicitam proteção especial, não apresentam as condições adequadas para essa finalidade. Segundo os promotores de Justiça Sandra Goldman Ruwel e Gilmar Bortolotto, responsáveis pelo pedido, o alojamento coletivo não apresenta as menores condições de salubridade. Os presos dormem no chão ou sobre madeira sem colchão. A fiscalização constatou, ainda, que o local é úmido e escuro, não havendo iluminação natural ou artificial. No local, estavam alojados cerca de 46 apenados, com 39 camas sem nenhum colchão, 12 mantas e nenhum chuveiro.
De acordo com o Ministério Público, o levantamento fotográfico do local comprova, inclusive, que os presos ali abrigados defecam no local, utilizando-se de pedaços de colchão para a realização da higiene. O relatório de inspeção aponta que algumas celas não possuem nem mesmo um cano de água fria no lugar do chuveiro, vazando diretamente da parede. No lugar de colchões, que não são permitidos aos presos, foram encontrados raros pedaços de espuma, que servem para forrar as lajes das camas ou o chão. “A situação faz com que, especialmente em função da umidade e do inverno, se propaguem as doenças típicas da estação”.
No pedido de interdição das celas de triagem, os promotores de Justiça Gilmar Bortolotto e Sandra Goldman Ruwel ressaltam que, apesar da gravíssima situação do Presídio Central, é obrigação do Estado exercer a custódia dos presos. “O que não se pode admitir é a utilização de um local sem a menor condição de salubridade, sob pena de agravar-se ainda mais, o que nos parece impossível, a situação dos recolhidos naquele estabelecimento carcerário”.