Sobrinho de anestesista no júri
Um crime cometido por interesse na herança da vítima será julgado nesta quarta-feira, 18, no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Porto Alegre. Otávio Abs da Cruz de Agosto, o “Tatis”, 40 anos, será levado à júri popular pelo assassinato do seu tio, o médico anestesista Roberto Moura de Agosto, 65. Ele foi encontrado morto no pátio da sua casa, no bairro Vila Assunção, na zona Sul da Capital. O corpo estava coberto com resíduos de vegetação. O fato ocorreu no dia 26 de novembro de 2006, um domingo.
Aposentado, solteiro e sem filhos, Roberto – irmão do também médico Flávio Moura de Agosto, já falecido, ex-presidente do Sindicato Médico do RS – morava sozinho na rua Goitacaz 640. A residência era cercada com muros altos e tinha intensa vegetação. O anestesista foi golpeado com instrumento contundente que o atingiu nas áreas dos olhos e do pescoço.
O promotor de Justiça Luís Antônio Portela, que representará o Ministério Público no plenário, denunciou o sobrinho da vítima por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, uma vez que agiu movido por interesse financeiro; cometido mediante recurso que dificultou a defesa e por meio cruel. Para o Ministério Público “Tatis” também incorreu no crime de ocultação de cadáver.
O réu se encontra recolhido ao sistema penitenciário, após pedido de prisão preventiva do Ministério Público. A defesa chegou a requerer o relaxamento da prisão, mas foi indeferido pela Justiça. Testemunhas apontaram Otávio como a única pessoa vista na casa da vítima no dia do fato, sendo reconhecido fotograficamente. Foi apurado, ainda, que o acusado estava separado de sua companheira, desempregado, era usuário de drogas e possuía dívidas.
Após o assassinato a Polícia verificou que foram roubados documentos, cartões e dinheiro, além do celular do médico. A casa não foi revirada e a porta estava trancada. O sobrinho havia almoçado com o tio naquele domingo. Otávio estaria estudando com auxílio de Agosto para passar em concursos públicos. A brutalidade do crime abalou a vizinhança.
