Homem que matou promotor é condenado
O ex-brigadiano Heitor Ávila, 31 anos, foi condenado por homicídio qualificado a uma pena de 20 anos de reclusão em regime fechado. A sentença foi prolatada às 20h15min desta quarta-feira pelo juiz Luís Felipe Paim Fernandes, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. O réu, que tirou a vida do promotor de Justiça Marcelo Küfner, 33, com disparos de revólver à queima-roupa, na madrugada de 14 de maio de 2004, ouviu a decisão do júri popular com frieza e logo foi reconduzido por agentes da Susepe à Penitenciária Modulada de Ijuí, onde se encontrava recolhido.
O promotor de Justiça Fabiano Dallazen anunciou que estudará a possibilidade de ingressar com um apelo para fixar a pena pelo homicídio em 27 anos, dada no primeiro julgamento ocorrido em Santa Rosa. Os jurados reconheceram o dolo intenso e a intenção do réu em matar a vítima. Por seis votos a um também afastaram a tese da defesa que insistiu em dizer que Heitor agiu “sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima”. Durante a réplica, o Ministério Público frisou que seria “um absurdo o corpo de jurados reconhecer a tese de homicídio privilegiado, pois levaria para o lado da impunidade”.
Fabiano Dallazen, que teve uma atuação bastante elogiada pelos colegas de classe, também mostrou as vestes ensangüentadas da vítima para os jurados e finalizou: “o pai do réu ainda pode visitar o filho no presídio, mas ao pai de Marcelo só sobrou isso”. Aliás, Homero Küfner sublinhou que “este foi o quarto velório do meu filho e espero que seja o último”. O procurador-geral de Justiça, Mauro Henrique Renner, disse que o Ministério Público “ficou satisfeito com a decisão condenatória e que a vigília da Instituição foi importante para o resultado, o que minimiza a dor e dá uma resposta à sociedade”.
