Inquéritos investigam devastação de florestas
O mês de dezembro foi um período de grande preocupação com o meio ambiente para a Promotoria de Justiça de Vacaria. Devido ao corte indiscriminado de madeira nativa, que envolve o Município e vai até as cidades que fazem fronteira com Santa Catarina, existem mais de 200 inquéritos civis na Promotoria investigando a situação. Somente em dezembro, foram instaurados cinco inquéritos civis, todos para apurar práticas danosas envolvendo a cobertura florestal nativa da região. A eliminação de árvores, através de corte raso, seguida do uso irregular do fogo, tem como objetivo principal a conversão de áreas nativas em áreas para agricultura e pecuária.
Como conseqüência desse desmatamento há outro problema, o transporte ilegal da madeira para as empresas que comercializam esses produtos ilegais. O promotor de Justiça Luís Augusto Gonçalves busca, de forma efetiva, uma alternativa para acabar com tantos danos ao meio ambiente. Ele afirma que “em virtude do difícil acesso dos órgãos fiscalizadores nas regiões, a incidência do corte é maior nos municípios de Pinhal da Serra e Esmeralda”.
INQUÉRITOS
Os crimes ambientais que resultaram nos inquéritos instaurados foram praticados em diferentes municípios gaúchos. Os proprietários rurais agiam sem autorização do órgão competente. Na cidade de Muitos Capões, foi feito o descapoeiramento (corte de árvores seguido do ato de atear fogo na terra) de vegetação nativa, em área de preservação permanente próximo ao córrego. Foi relatado, também, o corte de 105 árvores de diversas espécies, situadas fora de área de preservação permanente.
Um dos inquéritos civis instaurados, conforme dados informados pela Companhia Ambiental da Brigada Militar, contabilizou o corte raso de 291 exemplares de árvores, situadas dentro e fora de área de preservação permanente, em Pinhal da Serra.
No município de Esmeralda foi constatada atividade agrícola, uma lavoura de milho estava localizada menos de 50 metros da margem do Rio do Frade, situado no Passo do Pinheiro. Foi relatado, ainda, o corte de árvores nativas como a “araucaria angustifolia”, totalizando a destruição de 594 espécies diferentes, seguido de queimada. (Por Paula Derzete)