Seqüestrados bens de empresários da serra
Terras, parreirais, caminhões, carros, casas e apartamentos estão na lista dos bens pertencentes aos três empresários presos na manhã de ontem na cidade de Flores da Cunha, na serra gaúcha, juntamente com o responsável pela contabilidade da empresa. Os acusados de crimes contra a ordem tributária e de formação de quadrilha, foram surpreendidos pela Força-Tarefa do Ministério Público. A fraude foi detectada inicialmente pela Receita Estadual, que repassou as informações à Promotoria Especializada. Os prejuízos aos cofres públicos provocados pela sonegação em ICMS atingiram R$ 48,5 milhões através da utilização do chamado “caixa dois”. Mas todos esses bens acabaram seqüestrados pela Justiça.
Junto com o processo-crime encaminhado à Justiça pela Promotoria de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária, o juiz substituto da Comarca de Flores da Cunha, Silvio Viezzer, aceitou o pedido de indisponibilidade dos bens. Viezzer também quebrou o segredo de justiça, tornando o processo público. Isso significa que qualquer pessoa pode ter acesso aos autos. O volume de documentos demonstra a extensão da fraude praticada entre os anos de 2000 e 2005, ultrapassando a 200.000 peças.
BENS
Entre os bens imóveis seqüestrados estão 18 hectares de terra, quatro hectares de parreirais localizados na área rural e terrenos urbanos em Flores da Cunha, além de três flats, três apartamentos e duas lojas em Caxias do Sul e dois apartamentos na praia de Capão da Canoa. Os bens móveis compreendem o seqüestro de 28 caminhões e nove automóveis. Segundo os promotores de Justiça de Combate aos Crimes de Sonegação Fiscal, Renato Velasques e Aureo Gil Braga, os bens calculados em R$ 12 milhões serão utilizados para ressarcir o erário estadual.
INDEFERIDOS
Os três empresários e o responsável pela contabilidade da indústria de bebidas presos durante a "Operação Alvorada", foram transferidos hoje pela manhã para o Presídio Central de Porto Alegre. Os acusados, na data de ontem, requereram a liberdade provisória, mas o Magistrado manteve a prisão preventiva. Silvio Viezzer sustentou, dentre outros aspectos, que os crimes de colarinho-branco "causam mais mortes e desgraças do que um assalto, delito geralmente atribuído à pessoa pobre, taxada de marginal".