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Estelionatários barrados pela Criminal

Estelionatários barrados pela Criminal

marco
Ação da Força-Tarefa na Capital e região metropolitana, com apoio da BM, deu um pontapé inicial para desarticular quadrilha organizada

Especialistas na aplicação de golpes contra aposentados e redes bancária e comercial, foram surpreendidos pela Especializada Criminal da Capital. A “Operação Jubilados” – batizada em menção ao benefício da aposentadoria – eclodiu cedo da manhã desta terça-feira para recolher e produzir mais provas contra acusados, principalmente, de cometer o delito de estelionato. A ação simultânea foi deflagrada em Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão solicitados pelo Ministério Público e deferidos pela Justiça. Além de 15 agentes da Força-Tarefa, mais de 100 soldados da Brigada Militar apoiaram a operação coordenada pelo promotor de Justiça João Nunes.

LARANJAS

A quadrilha dedicada a fraudar bancos, lojas e que ainda tem como vítimas pessoas aposentadas, vinha agindo na Região Metropolitana e no Interior. O grupo é monitorado há seis meses pelos agentes da Força-Tarefa. A Promotoria de Justiça Especializada Criminal acredita que pelo menos 40 pessoas participam, principalmente como “laranjas”, da organização que está sendo desmantelada. As apurações do Ministério Público seguem para identificá-las. Em Porto Alegre, os mandados foram cumpridos nos bairros Centro, Santana, Sarandi, Glória, Vila Nova, Restinga e Lami.

DOCUMENTOS

O bando conseguia dados de aposentados diretamente do INSS – como o extrato de benefício – que contém informações privilegiadas, e com base nesse documento “montava uma nova pessoa”, explica o promotor de Justiça João Nunes. A partir desse momento vários outros documentos como carteira de identidade, recibo de IPTU, matrícula de imóveis e contracheques, eram falsificados para obtenção de empréstimos bancários. Para não serem descobertos os implicados tinham o cuidado de alterar apenas o endereço da pessoa em que se apoderaram dos dados. Após, utilizavam uma empresa radicada no mercado para fazer a intermediação do empréstimo junto aos bancos.

VÍTIMAS

A investigação da Força-Tarefa apurou que o grupo obtinha uma média de 10 empréstimos por mês na rede bancária. “Depois de aberta a conta na agência, o laranja sacava todo o dinheiro depositado com o cartão bancário que recebia”, frisa João Nunes. A Especializada Criminal estima que há, pelo menos, 100 vítimas dentre pessoas físicas e jurídicas desse grupo que no período de um ano também aplicou golpes em cidades como Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul e Bagé. “Cada um exerce uma função dentro da organização que possui muitos laranjas”, disse o Promotor de Justiça, adiantando que 14 membros estão identificados.

CERTIDÃO

Outro golpe característico do bando que, de acordo com João Nunes, “falsifica de maneira bem feita documentos públicos e privados”, era praticado a partir de uma certidão de nascimento de uma pessoa que não existe. Através desse documento falso era confeccionado uma avalanche de outros documentos como identidade, CPF, carteira profissional, contracheque, escrituras de imóveis e montada, inclusive, documentação de empresa fantasma para aquisição de empréstimos bancários, compra de carros financiados e outros bens de valores no comércio.

APREENSÃO

O Promotor da Especializada Criminal que comandou a ação salienta que “a profissão dos integrantes da quadrilha é o crime e a busca e apreensão realizada será fundamental ao desfecho da investigação que responsabilizará os envolvidos”. Na ação ocorrida em escritórios do Centro de Porto Alegre foram apreendidos computadores, arquivos, folhetos de propaganda de empréstimos e farta documentação como contratos chancelados.



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