Gudbem foi o mandante do crime, diz Promotora
“No processo há provas suficientes de que o réu foi o mandante do crime, tanto que foi pronunciado pela Justiça e condenado pelo júri popular”. A frase é da promotora de Justiça Lúcia Callegari, que atua perante à 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Ela oferecerá contra-razões ao recurso de apelação do advogado de Gudbem Castanheira, 81, condenado a 18 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato do criminalista Júlio César Serrano. O crime ocorreu em 11 de janeiro de 2005, em Soledade. O Tribunal de Justiça do Estado decidiu pelo desaforamento – realização de júri em outra Comarca – em virtude de pedido dos próprios jurados que atuam naquele município, receosos em julgar o caso com imparcialidade pela influência que o réu exerce na comunidade.
O advogado e ex-deputado Castanheira foi condenado por homicídio triplamente qualificado e, de acordo com a decisão da juíza Elaine Maria da Fonseca, não foi concedido o direito do réu apelar em liberdade. O co-réu, João Eristeu Datsch, também julgado na semana passada, recebeu pena de dois anos e dez meses por homicídio culposo. Ele ajudou a planejar o crime. Outros dois homens envolvidos no assassinato de Serrano serão julgados em 29 de novembro. Gudbem está preso no 4º RPMon, em Porto Alegre. Seu advogado alega que a decisão foi contrária à prova existente no processo, pede a nulidade do resultado em razão do não comparecimento de uma testemunha e aponta insinuações do Ministério Público quanto a outras mortes ocorridas em Soledade.
Entretanto, a promotora de Justiça Lúcia Callegari não acredita em mudança no resultado do júri e nem mesmo em redução de pena. A representante do Ministério Público frisa que a testemunha de defesa “não estava obrigada a comparecer à sessão de julgamento, porque não reside em Porto Alegre”. Lúcia Callegari acrescentou, ainda, que não houve irregularidades na fala do Ministério Público, “pois é fato que o réu responde a outro processo por crime de homicídio”. Gudbem é acusado de mandar matar Carlos Casagrande, o “Kikão”, a quem teria oferecido R$ 40 mil para tirar a vida de Júlio Serrano. Este júri também acontecerá na Capital, em vez de ser realizado em Soledade.