Apreensões da ação “Gabarito” chegam em Caxias
Muitos fichários, laptops, pastas-arquivos, contratos, provas, gabaritos, DVD’s com cópias de arquivos virtuais de computadores das empresas, milhares de disquetes e até um cofre de aço de aproximadamente 100 quilos. Este é o cenário montado a partir da manhã desta quinta-feira pela Força-Tarefa do Ministério Público em uma das salas do quarto andar da Promotoria de Justiça de Caxias do Sul. Todo o material é proveniente de Sananduva, Carlos Barbosa, Nonoai, Camargo, Marau, Trindade do Sul, Sarandi, Carazinho, Veranópolis, Nova Prata e Porto Alegre. Estas cidades receberam a visita dos agentes que desencadearam a operação “MP-Gabarito” para desmontar um esquema armado que fraudava concursos públicos.
Há pelo menos 27 pessoas envolvidas no esquema descoberto pela Especializada Criminal da Capital. São 18 empresários, sete prefeitos e dois vices. Todos serão acusados de fraude em licitações, falsidade ideológica, corrupção e formação de quadrilha. O Ministério Público também ajuizará ações cautelares com pedido liminar de suspensão dos efeitos dos concursos e proibição das empresas dos implicados contratarem com o poder público. “As cautelares serão ajuizadas concomitantemente ao oferecimento das denúncias”, frisou Mauro Rockenbach, que comandou a investigação e a ação.
Rockenbach sublinhou que toda a documentação que está sendo levada à Promotoria de Caxias do Sul “será analisada profundamente”. Revelou, ainda, que está surgindo informações de outros municípios do Estado sobre “possíveis irregularidades e fraudes em concursos públicos”. O Promotor de Justiça disse que, primeiramente, “será separado tudo que for interessante e importante em termos de prova”. A operação “MP-Gabarito” iniciou as investigações há oito meses. O esquema funcionava através do sistema de carta-convite.