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Prédio histórico abrigará Promotorias de Justiça

Prédio histórico abrigará Promotorias de Justiça

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Casarão condenado, datado do século XIX, é o primeiro prédio histórico restaurado no Município de São José do Norte, às margens da Lagoa dos Patos

A partir das 11 horas da manhã desta sexta-feira, 25 de maio de 2007, começa a funcionar oficialmente, num prédio histórico localizado na rua General Osório, 61, na região portuária, a Promotoria de Justiça de São José do Norte. O procurador-geral de Justiça Mauro Renner entrega à comunidade o primeiro imóvel restaurado no Município, dentre tantos que fazem parte da paisagem desta cidade histórica, primeiro povoado gaúcho (1725), elevada à condição de município em 1831, localizada no extremo sul e que tem sua economia baseada na pesca e na agricultura com destaque na produção de cebola. O prédio foi adquirido e restaurado pelo Ministério Público com recursos do próprio orçamento.

SEM DATA DEFINIDA

O casarão estilo colonial-barroco deve ter sido erguido entre os anos de 1800 e 1840, sendo o terceiro ou quarto casarão construído na cidade. De acordo com os pesquisadores, não se pode precisar uma data, mas tudo leva a crer que foi mesmo neste período, levando-se em conta a sua tipologia construtiva e o material utilizado na liga de tijolos. Uma parte do casarão, no entanto, ficou intacta durante a restauração, para mostrar o padrão de construção. No espaço, pode se observar, detalhadamente, os contornos em arcos e tijolos da época. O casarão serviu, no início, como moradia, na parte superior, e comércio na parte de baixo. Mais tarde, já no século XX, foi transformado em pousada dando lugar também às estrebarias que abrigavam os animais utilizados pelos tropeiros que cruzavam o Estado.

TESTEMUNHA DE GUERRA

O pesquisador Fernando Costamillan, presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de São José do Norte, define o casarão como “testemunha muda de um dos maiores combates da Revolução Farroupilha”. Ele se refere à madrugada de 16 de julho de 1840, quando os combatentes liderados por Bento Gonçalves e Giuseppe Garibaldi entraram em confronto com tropas imperiais. Os canhões cuspiam balas na direção dos revolucionários que ocupavam a extensão da rua que se transformou numa verdadeira linha de tiro, deixando 331 homens mortos em combate. Bento e Garibaldi queriam tomar o porto de São José do Norte para ter uma ligação comercial para a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico.

RESTAURAÇÕES

Costamillan destaca a participação do promotor de Justiça Everton Luís Resmini Meneses em todo o processo de preservação histórica dos prédios de São José do Norte, lembrando que, além do casarão da General Osório, em processo de tombamento como Patrimônio Histórico Cultural, ainda restam mais 28 imóveis que devem ser preservados, entre eles o sobrado da família Gibbon, em processo de aquisição pelo município, e o Sobrado dos Imperadores, que hospedou Dom Pedro I e Dom Pedro II em suas visitas a São José do Norte. Este imóvel está em processo de escoramento, por parte da CEEE, que também iniciou a restauração do prédio que abrigou a Intendência Municipal. Resmini lembra que a discussão sobre restaurações de prédios históricos na cidade iniciou a partir da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público e o Município, impedindo a circulação de veículos pesados no centro histórico. A iniciativa foi baseada em estudos realizados pelos pesquisadores da FURG – Fundação Universidade de Rio Grande, que revelaram o dano que os veículos de carga causavam na estrutura das construções.



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