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Norte-americanos relatam atuação no combate à lavagem de dinheiro

Norte-americanos relatam atuação no combate à lavagem de dinheiro

marco

“Nos Estados Unidos também há problemas de corrupção. Não estamos aqui para dizermos que somos perfeitos”. A frase foi expressa por Neal Gunnarson que, juntamente com seu colega norte-americano Richard T. Preiss, foi palestrante de encontro criminal, com tradução simultânea, sobre Lavagem de Dinheiro e Combate ao Crime Organizado. Neal, que já residiu no Brasil, frisou que o sucesso contra grupos terroristas é o enfrentamento à lavagem de dinheiro. “Sem esse dinheiro não podem financiar o crime”, disse, explicando que existe uma diferença entre as legislações norte-americana e brasileira. O evento aconteceu nesta segunda-feira à tarde, no Palácio do Ministério Público, com apoio do Consulado-Geral dos Estados Unidos da América e organização do Centro de Apoio Operacional Criminal.

Mauro Henrique Renner, Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, sublinhou que os contatos, a troca de experiências e de informações com os especialistas na matéria, que também são Promotores de Justiça, possibilitará maior acesso aos procedimentos investigatórios. “Temos que mudar essa cultura de olharmos somente para crime de rua. Por isso, a vinda desses operadores servirá para termos mais instrumentos essenciais ao combate às organizações criminosas”, acrescentou. O Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, que abriu a cerimônia onde também foi distribuída publicação contendo o posicionamento institucional na área criminal, foi sucinto quanto à relevância do encontro: "a macrocriminalidade precisa ser enfrentada e, dependendo dos encaminhamentos, levaremos ao Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça do País”.

Neal Gunnarson, que se notabilizou por atuar em casos envolvendo corrupção com dinheiro público, abordou a “Lavagem de dinheiro: as últimas novidades em identificação, persecução e prevenção”. O Promotor de Justiça no estado de Uhta salientou que sempre quando olha para um réu, fica pensando e refletindo sobre que tipo de pessoa possa ser. Contou que aqueles que cometem crimes mais cruéis geralmente são “duros, malvados”. Os que se envolvem em crimes financeiros “são educados, dissimulam, sabem mentir e ganham dinheiro pela boca, não pela arma”. Por isso, a investigação deve “seguir a rota do dinheiro: onde apareceu e para onde vai”, ensinou Neal, falando de estratégias de lavagem de dinheiro e ressaltando que a legislação norte-americana é diferente da brasileira. “Aqui, o Estado deve provar que a propriedade é proveniente de dinheiro sujo. Nos EUA, existe a possibilidade de confiscar a propriedade para que os interessados provem a origem ilícita do patrimônio”, assinalou Neal, explicando que a ação é ajuizada contra a coisa (rem action).

Richard T. Preiss, que discorreu sobre o tema “Combatendo o crime organizado e atividades ilegais: a cooperação internacional relativa à lavagem de dinheiro e confisco de bens”, é Promotor de Justiça em Nova York. Ele deixou claro que sua jurisdição é Manhatan e a especialidade é combater fraudes bancárias e internacional, principalmente apurando empréstimos fraudulentos. Preiss também atua na fiscalização de empresas Offshore. Visitando pela primeira vez o Brasil, enfatizou ao público que “não tenho todas as respostas”, mas narrou casos em que trabalhou, envolvendo até a cooperação de países latino-americanos, para melhor compreensão da lavagem de dinheiro que já colocou muitas pessoas na prisão nos EUA.
(Jorn. Marco Aurélio Nunes)



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